O executivo Marcelo Odebrecht foi ouvido na manhã desta sexta-feira (27) em Curitiba numa audiência sigilosa, como parte do processo de homologação do seu acordo de delação premiada.
O herdeiro do grupo Odebrecht foi o último dos 77 executivos e ex-funcionários que negociam delação a ser ouvido pelo STF (Supremo Tribunal Federal).
Com isso, está aberto o caminho para a homologação do acordo.
A decisão caberá à ministra Cármen Lúcia, presidente do STF, que pode homologá-lo ainda durante o recesso, até o dia 31 de janeiro, ou deixar a tarefa para o próximo relator da Lava Jato –cujo nome ainda não foi definido.
Um juiz auxiliar do ex-ministro Teori Zavascki, Márcio Schiefler Fontes, viajou até Curitiba para ouvir o executivo. A audiência começou por volta das 10h e durou cerca de duas horas.
Esse é um procedimento padrão na delação premiada: antes da homologação, a Justiça ouve o candidato a delator para saber se o acordo foi feito espontaneamente, se o colaborador confirma os fatos narrados na delação e se o processo atendeu às regras da lei.
Geraldo Bubniak/AGB/Folhapress | ||
O ex-presidente do Grupo Odebrecht, Marcelo Odebrecht, chega à sede da Justiça Federal em Curitiba |
Fontes também ouviu um outro executivo da Odebrecht na mesma ocasião, Valter Luís Arruda Lana, diretor da empresa na região Sul. As audiências acontecem na Justiça Federal do Paraná.
A realização do encontro atende à ordem da ministra Cármen Lúcia, de retomar as audiências de homologação do acordo, após a morte do ministro Teori.
Os trabalhos ficaram paralisados por alguns dias. Ainda não está definido se a ministra vai homologar a delação, ainda no recesso, ou se deixará a incumbência para o próximo relator da Lava Jato, ainda a ser escolhido.