O ator e empresário Alexandre Frota perdeu em primeira instância o processo que movia contra a Folha e o colunista do "F5" Tony Goes no Juizado Especial Cível de São Paulo, por causa de um artigo intitulado "Alexandre Frota é um sintoma da nossa falta de educação".
Na ação, julgada improcedente, Frota argumentava que o texto escrito por Goes havia atacado e humilhado sua honra. O ator ainda pode recorrer da decisão.
A coluna de Goes foi postada em 27 de maio de 2016, um dia após Frota ter sido recebido em Brasília pelo então recém-empossado ministro da Educação, Mendonça Filho. Na ocasião, Frota sugeriu mudanças no currículo escolar brasileiro.
Na coluna, segundo a juíza, Goes se limitou a expressar sua opinião sobre o motivo da repercussão negativa gerada pela visita de Frota ao ministro da Educação, tendo em vista "a conduta presente e pretérita do ator, "reputando-o machista, o que seria revelado pela anedota em que 'se gabava de ter estuprado uma mãe de santo'".
No texto, Goes relembrava uma entrevista que Frota deu a uma emissora de televisão em que dizia ter praticado ato sexual com uma mãe de santo depois de ela ter desmaiado.
Na ocasião, o ator postou um vídeo na internet ameaçando Goes, em que dizia: "É uma covardia digna de tomar uns tapas nessa sua cara".
Na decisão, a juíza Melissa Bertolucci entende que a coluna de Goes baseou-se em fatos verdadeiros e diz que é direito do colunista "tomar suas próprias conclusões que não podem ser consideradas certas ou erradas" já que se trata de sua opinião.
A juíza lembrou ainda que o direito de crítica "é uma das manifestações do direito fundamental à liberdade de expressão".
Em sua decisão, a juíza escreve: "O escritor requerido não faz menção a qualquer fato ou ato da vida privada e íntima do autor. Todos os fatos por ele utilizados para analisar sua conduta e o motivo da repercussão de tal visita são públicos, amplamente noticiados e divulgados pelo próprio autor e meios de comunicação, já que artista com grande espaço no mídia".