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    PMDB mira comissão que vai sabatinar novo ministro do STF

    DANIELA LIMA
    MARINA DIAS
    DE BRASÍLIA

    01/02/2017 02h00

    Pedro Ladeira - 26.out.2016/Folhapress
    BRASILIA, DF, BRASIL, 26-10-2016, 17h00: O presidente do senado Renan Calheiros (PMDB-AL), na foto ao lado do líder do PMDB senador Eunício Oliveira (CE), lê em plenário a PEC 241, que foi aprovada na câmara dos deputados e começa hoje a tramitar no senado federal. (Foto: Pedro Ladeira/Folhapress, PODER)
    Renan Calheiros (PMDB-AL) e seu possível sucessor no comando do Senado, Eunício Oliveira (PMDB-CE)

    Após praticamente garantir a eleição de Eunício Oliveira (CE) à presidência do Senado e selar a escolha de Renan Calheiros (AL) para a liderança do partido na Casa, a cúpula do PMDB no Congresso voltou suas articulações para a CCJ (Comissão de Constituição e Justiça), vista, neste momento, como a mais importante do Parlamento.

    O colegiado é tradicionalmente proeminente, mas este ano, quando o Congresso e o governo se preparam para o impacto da mega-delação da Odebrecht, homologada há dois dias, ganhou contornos ainda mais estratégicos.

    Caberá à CCJ sabatinar o indicado do presidente Michel Temer para o substituir Teori Zavascki no STF (Supremo Tribunal Federal), além do próximo procurador-geral da República, em setembro.

    Pela importância que a comissão terá, a CCJ é alvo de preocupação de Temer. Neste momento, Renan é o mais enfático defensor da tese de que o presidente deve indicar um nome com trânsito político para o STF.

    Editoria de Arte/Folhapress

    Como mostrou a Folha na última sexta (27), o recado foi dado em um jantar na residência do senador. Na ocasião, Temer ouviu que "não pode errar", que seu indicado não deve "ser avesso à política" e que, acima de tudo, precisa ser um nome palatável à CCJ e ao Senado, que terá de aprová-lo.

    Renan e Eunício são hoje vistos como aliados do presidente, mas foram vacilantes em diversos momentos, especialmente no início da articulação do impeachment de Dilma Rousseff.

    É nesse cenário que os dois senadores trabalham para ampliar o poder de fogo de seu grupo político nas principais frentes do Congresso. Ambos são citados por delatores da Lava Jato.

    Renan já responde a oito inquéritos no esteio da operação. Eunício ainda não teve nenhuma apuração aberta contra ele. Nesta quarta-feira (1º), o senador cearense deverá ser eleito presidente, sucedendo Renan no cargo. Este, por sua vez, ocupará o lugar de Eunício na liderança do PMDB.

    Cabe ao líder da sigla indicar os nomes do partido que irão integrar as comissões. Por ser a maior bancada do Senado, o PMDB pode indicar não só o presidente, como outros oito dos 21 integrantes do colegiado.
    candidatos

    Nesta terça (31), após ter sido eleito por aclamação o novo líder do PMDB, Renan coordenou as discussões em torno da CCJ. Cinco peemedebistas se colocaram na disputa pela chefia da comissão: Marta Suplicy (SP), Edson Lobão (MA), José Maranhão (PB), Garibaldi Alves (PI) e Raimundo Lira (PB).

    Segundo integrantes da legenda, Lobão conta com o apoio do ex-presidente José Sarney. O problema é que a sigla sabe que sua nomeação seria alvo de críticas, já que ele é um citados por mais de um delator do esquema de corrupção da Petrobras.

    O Planalto acompanha a movimentação para tentar evitar que a presidência da CCJ se torne mais um foco de desgaste e suspeitas de que Temer opera para prejudicar ou influenciar o avanço da Operação Lava Jato.
    Por isso, entre os nomes colocados, despontam três opções: Marta, Garibaldi e Lira, mais palatáveis aos três caciques do PMDB que dão as cartas no momento: o próprio Temer, Renan e Eunício.

    O PMDB pretende apresentar nesta quarta –mesmo dia da eleição da presidência e Mesa Diretora da Casa– o nome que chefiará a CCJ.

    Colaboraram GUSTAVO URIBE E DÉBORA ÁLVARES, de Brasília

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