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    Responsável pela articulação política, ministro diz não ver racha na base

    DANIEL CARVALHO
    GUSTAVO URIBE
    DE BRASÍLIA

    03/02/2017 13h18

    Andressa Anholete/AFP
    Antonio Imbassahy, novo ministro da Secretaria de Governo, em posse com Michel Temer
    Antonio Imbassahy, novo ministro da Secretaria de Governo, em posse com Michel Temer

    Empossado na manhã desta sexta-feira (3) como ministro da Secretaria de Governo, o tucano Antonio Imbassahy disse não ter identificado problemas na base aliada de Michel Temer após a reeleição do presidente da Câmara, Rodrigo Maia (DEM-RJ), movimento que teve apoio do Palácio do Planalto.

    A disputa promoveu fissuras internas em legendas aliadas como PMDB, PSDB e PSB e criou arestas entre partidos aliados.

    Além disso, os peemedebistas não veem com bons olhos o aumento de espaço do PSDB no governo. Agora, os tucanos comandam cinco ministérios, apenas um a menos que o PMDB de Michel Temer.

    "Com este honroso convite que o presidente Michel Temer me dirige, dá mais comprometimento não apenas do PSDB, mas daqueles que querem realmente que o Brasil avance com as reformas, com a modernização", disse o ministro, minimizando as insatisfações do PMDB.

    "Não ouço nenhuma reclamação de nenhum partido. Ao contrário. Tenho ouvido palavras de estímulo, de contribuição", afirmou Imbassahy, logo após tomar posse no Palácio do Planalto.

    O novo ministro negou haver temor do governo de que as insatisfações da base aliada prejudiquem a votação da reforma da Previdência, principal bandeira do governo Temer.

    "Não vi nenhuma fissura. Houve uma disputa natural por uma posição na Mesa Diretora da Câmara. Mas isso não tem uma repercussão na votação dos projetos", afirmou o novo titular da Secretaria de Governo.

    "Tem que conversar com esses aliados que eu ainda não sei quem são para ouvi-los, receber as críticas e fazer o debate de convencimento."

    DEMORA

    A oficialização de Imbassahy na Secretaria de Governo é aguardada desde o início de dezembro de 2016.

    A entrega de mais um ministério para o PSDB fez parte das negociações envolvendo a disputa pelo comando da Câmara.

    O tucano tinha intenção de disputar a vaga. Após o acordo, seu partido fechou apoio a Rodrigo Maia. Imbassahy foi oficializado apenas depois da reeleição do deputado do DEM.

    Imbassahy disse ainda que terá uma conversa com Michel Temer nesta tarde para discutir prioridades.

    O presidente da República ressaltou o "jeito especial" de Imbassahy para auxiliar na articulação política, dialogando com o Congresso Nacional. Deputado desde 2011, o tucano era líder do partido na Câmara.

    "Vamos devagar, mas tendo pressa. E fazendo o quê? Dialogando", disse Temer em seu discurso ao dar posse aos novos ministros.

    O tucano negou que sua pasta tenha sido desidratada com a recriação da Secretaria-Geral, entregue a Moreira Franco, que, agora, como ministro, volta a ter foro privilegiado. Moreira é citado na Lava Jato.

    De acordo com Michel Temer, a pasta de Moreira vai ter uma função de zeladoria, pois, segundo o presidente, "precisava estruturar um pouco melhor o Palácio do Planalto". Temer afirmou que Moreira vai cuidar "da administração interna, do cerimonial e das viagens do presidente".

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