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    PSDB e PMDB disputam cargo vago no comando do Ministério da Justiça

    GUSTAVO URIBE
    VALDO CRUZ
    DE BRASÍLIA

    07/02/2017 02h00

    Com a indicação do ministro Alexandre de Moraes para o Supremo Tribunal Federal, o presidente Michel Temer considera entregar o comando do Ministério da Justiça a um nome indicado pelo PMDB ou pelo PSDB. As siglas pressionaram Temer a escolher alguém com "trânsito político" para a corte.

    Com a queixa de que o partido ocupa um espaço subdimensionado na Esplanada dos Ministério, o PMDB cobra do presidente o controle da pasta como uma contrapartida por ter entregue ao PSDB a Secretaria de Governo, antes sob o controle do peemedebista Geddel Vieira Lima.

    Na semana passada, o Palácio do Planalto anunciou a nomeação do deputado federal Antonio Imbassahy (PSDB-BA) para o cargo.

    Hoje, o PMDB tem apenas uma pasta a mais que o PSDB na Esplanada, o que tem sido citado por congressistas da legenda como uma espécie de desprestígio do presidente com sua própria sigla.

    Para contemplar o partido, o presidente avalia convidar o ex-ministro Nelson Jobim, que é filiado ao PMDB e ocupou o mesmo cargo no governo de Fernando Henrique Cardoso. Em maio, quando assumiu o Planalto, Temer chegou a cotá-lo para a Esplanada, o que não concretizou.

    Em uma disputa com o PMDB, o PSDB tem defendido manter o controle da pasta e sugeriu ao presidente a indicação do senador tucano Antonio Anastasia (MG).

    O inquérito do qual o senador mineiro era alvo na Operação Lava Jato foi arquivado por indícios insuficientes.

    Sob pressão dos dois partidos, o presidente tem sido aconselhado, no entanto, por assessores e auxiliares a não indicar um nome com vinculação política, evitando a crítica de que a escolha tem como objetivo interferir no trabalho da Polícia Federal.

    Com esse objetivo, o peemedebista também considera os nomes dos ex-ministros do Supremo Carlos Ayres Brito e Ellen Gracie.

    Os dois são considerados conselheiros informais do presidente em questões jurídicas e foram sondados para cargos na Esplanada em maio, mas não aceitaram.

    CÂMARA

    Na Câmara, a bancada peemedebista também tem pressionado o Planalto por espaço nas três pastas de maior visibilidade: Saúde, Educação e Cidades. O partido também pede a liderança do governo federal, hoje ocupada por André Moura (PSC-SE).

    Neste final de semana, o presidente teve de entrar em campo para reduzir danos na base aliada após reeleição de Rodrigo Maia (DEM-RJ) para a Câmara. O peemedebista procurou o candidato derrotado Jovair Arantes (PTB-GO).

    O Planalto considera que, para aprovar as reformas previdenciária e trabalhista, não pode desprezar os 105 votos recebidos por Jovair, mesmo que o chamado centrão tenha perdido força.

    O presidente também procurou o líder do PMDB, Baleia Rossi, e André Moura, que foram alvo de declarações de Rodrigo Maia em entrevistas publicadas no fim de semana.

    Para a Folha Maia disse que o DEM e o PSDB serão os condutores das reformas de Michel Temer. Afirmou ainda que o presidente precisa arbitrar a briga por cargos dentro de seu próprio partido.

    Maia teve que tentar contornar a situação e mandou mensagem aos deputados peemedebistas.

    "Quero primeiro me desculpar publicamente porque sei da importância que o PMDB", afirmou. "Apenas deixei claro que o PMDB agora, por ser o partido do presidente, a sua participação precisa ser reorganizada, valorizada. O PMDB exerce o papel de protagonista no governo e na Câmara."

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