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    Temer contraria Maia e decide manter André Moura como líder do governo

    MARINA DIAS
    BELA MEGALE
    DE BRASÍLIA

    16/02/2017 16h32

    Pedro Ladeira - 29.jun.2016/Folhapress
    O líder do governo na Câmara, André Moura (PSC-SE), fala com jornalistas em Brasília
    O líder do governo na Câmara, André Moura (PSC-SE), fala com jornalistas em Brasília

    O presidente Michel Temer decidiu contrariar o presidente da Câmara, Rodrigo Maia (DEM-RJ), e manter o deputado André Moura (PSC-SE) na liderança do governo na Casa.

    Com a medida, que já vinha sendo discutida nos bastidores desde a semana passada, Temer pretende fazer um aceno ao chamado centrão, grupo articulado pelo ex-deputado Eduardo Cunha (PMDB-RJ), e permitir que esses deputados tenham interlocução com o governo sem a intermediação do presidente da Câmara.

    Maia havia negociado a condução de Aguinaldo Ribeiro (PP-PB) para o lugar de Moura em troca de apoio para sua reeleição, em fevereiro, e fez chegar a Temer que a manutenção do atual líder não o agradaria.

    Segundo auxiliares do presidente, porém, o peemedebista quer mostrar que Maia "não pode tudo" e que é preciso reorganizar a base, rachada desde a eleição para a presidência, no começo do mês.

    Na avaliação desses assessores, os aliados do presidente da Câmara já foram contemplados com a eleição para a chefia da Casa e, agora, é preciso acenar para o outro grupo, o centrão, e tentar pacificar o racha da base.

    Pelo menos por enquanto, Temer também desistiu de recriar o posto de líder da maioria na Câmara, medida que poderia contemplar o PMDB, seu partido, com um cargo na articulação política.

    A proposta havia ganhado força depois que os peemedebistas ficaram insatisfeitos com a nomeação de um tucano, o deputado Antonio Imbassahy (PSDB-BA), para a Secretaria de Governo, que antes era chefiada por Geddel Vieira Lima (PMDB).

    Agora, dizem assessores, Temer tentará aplacar o descontentamento dos deputados do PMDB com outras medidas. Eles reivindicam, principalmente, cargos no Ministério das Cidades, como secretarias e diretorias, sob o comando de outro tucano, o ministro Bruno Araújo.

    A pasta, além de contabilizar programas federais importantes, como o Minha Casa, Minha Vida, tem verniz especial para as prefeituras, com liberação de emendas e verbas.

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