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    Relator da Lava Jato diz ser contra foro privilegiado

    DANIEL CARVALHO
    DE BRASÍLIA

    17/02/2017 13h21

    Pedro Ladeira/Folhapress
    O ministro Luiz Edson Fachin, novo relator da Lava Jato no STF - Reunião da Segunda Turma do STF (Supremo Tribunal Federal)
    O ministro Luiz Edson Fachin, relator da Lava Jato no Supremo

    O relator das ações oriundas da Operação Lava Jato no STF (Supremo Tribunal Federal), ministro Edson Fachin, disse nesta sexta-feira (17) ser contra o foro privilegiado.

    "Eu, já de muito tempo, tenho subscrito uma visão crítica do chamado foro privilegiado por entendê-lo incompatível com o princípio republicano, que é o programa normativo que está na base da Constituição brasileira", disse Fachin após um evento no STF nesta manhã.

    O ministro também disse que o Supremo precisará verificar se o debate sobre esta questão se dará na Corte ou no Congresso.

    "A questão, todavia, que se coloca é saber se essa alteração pode ser feita por uma mudança de interpretação constitucional ou se ela demanda, da parte do Poder Legislativo, uma alteração própria do Poder Legislativo", afirmou o ministro.

    O ministro Luís Roberto Barroso enviou nesta quarta (15) ao plenário do Supremo Tribunal Federal (STF) um processo para discutir a redução do alcance da prerrogativa de foro de deputados, senadores e ministros, conforme revelado pela Folha..

    Para Barroso, os demais ministros devem se manifestar sobre a possibilidade de restringir o foro a casos relacionados a acusações por crimes cometidos durante e em razão do exercício do cargo.

    O documento de Barroso não faz relação com a recente nomeação de Moreira Franco a ministro do governo de Michel Temer.

    No entanto, indiretamente, se a tese for levada adiante pelo Supremo, pode ter efeito na hipótese de abertura de investigações sobre fatos referentes a um período em que ele não tinha foro no Supremo.

    A nomeação de Moreira, citado em delações da Lava Jato, foi contestada por partidos de oposição, mas uma liminar do ministro Celso de Mello na terça (14) confirmou a decisão de Temer de nomeá-lo ministro.

    Na interpretação de Barroso, seria mantido o entendimento do STF de que um caso deve ser transferido a instâncias inferiores se o seu alvo perder o cargo que lhe dá o foro -é o caso das ações contra Eduardo Cunha (PMDB-RJ) na Lava Jato.

    A nomeação de Moreira Franco a ministro do governo de Michel Temer foi contestada por partidos políticos. Moreira é citado em delação da Lava Jato.

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