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    TJ suspende quebra de sigilo de usuários processados por Alckmin

    DE SÃO PAULO

    20/02/2017 13h48

    Joel Silva - 13.abr.2015/Folhapress
    Durante a inauguração de obras da linha 4-laranja, em abril, o governador Geraldo Alckmin foi recebido por uma manifestação de professores na porta do evento
    O governador de São Paulo, Geraldo Alckmin

    Um desembargador do Tribunal de Justiça de São Paulo suspendeu liminar que dava ao governador do Estado, Geraldo Alckmin (PSDB), acesso aos dados cadastrais de seis usuários do Twitter que o chamaram de "ladrão de merenda" nas redes sociais.

    A decisão de Carlos Teixeira Leite Filho foi proferida no último dia 20 de dezembro. O processo de Alckmin contra os usuários da rede social foi revelado pela Folha em novembro do ano passado.

    Em sua decisão, o magistrado acatou argumento do Twitter. que recorreu da decisão em primeira instância que concedeu acesso dos dados dos usuários a Alckmin por meio de uma liminar.

    Teixeira Leite diz no despacho que considera "razoável a tese sustentada pela agravante [Twitter], no sentido de que seja avaliada a conduta de cada um dos perfis de usuário indicados na petição inicial, com menção expressa sobre em que momento e em que medida teria havido abuso da liberdade de expressão, previamente à determinação de fornecimento dos seus dados cadastrais".

    "Nesse contexto, para que a questão seja melhor avaliada pela Turma julgadora e, tendo em vista a presença dos requisitos do art. 995, parágrafo único do CPC,atribuo aorecurso o efeito suspensivo, sobrestando o cumprimento da r. decisão agravada, até o julgamento definitivo do recurso", conclui o magistrado.

    Na peça inicial, os advogados de Alckmin afirmam que os comentários feitos pelos seis usuários alvos do governador "extrapolam os limites da liberdade de expressão" e pedem que a Justiça autorize a quebra do sigilo para que possa, depois, processá-los individualmente.

    Alckmin anexou ao processo cópias das mensagens que considerou ofensivas e contabilizou o número de vezes que um dos perfis se dirige a ele de forma pejorativa.

    "A cada três postagens desse perfil, uma se refere ao autor [Alckmin], sempre negativamente, e, algumas vezes ultrapassando os limites do tolerável", argumenta o advogado do governador.

    "Não restou alternativa, que não a propositura da presente (...), pois, sem as informações que se busca, não há como realizar a citação de cada um dos responsáveis para apuração de sua conduta pelo poder Judiciário", finaliza.

    A maioria das postagens consideradas ofensivas pelo governador faz referência ao escândalo da merenda em São Paulo.

    À época da publicação da primeira reportagem, o Twitter ainda não havia se manifestado na Justiça e disse à Folha que não comentaria ações em tramitação. O governo, também na ocasião, adotou a mesma posição.

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