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    Centro-direita vive paradoxo com apoio potencial e suspeitas

    IGOR GIELOW
    DE SÃO PAULO

    27/02/2017 02h00

    Pedro Ladeira - 25.ago.2016/Folhapress
    Presidente do PSDB, Aécio tem controle da máquina partidária, mas está acossado por delações
    Presidente do PSDB, Aécio tem controle da máquina partidária, mas está acossado com delações

    No chamado campo conservador, de centro-direita ou qualquer outra denominação imprecisa, o drama é enorme para 2018.

    É um paradoxo, com o PT destroçado após o impeachment de Dilma Rousseff e a devastação decorrente do mensalão e do petrolão.

    Mas os principais nomes deste campo estão também sob a ameaça da mesma Lava Jato. E, mantendo a tradição, estão brigando entre si.

    O senador Aécio Neves (MG), presidente do PSDB, está acossado pelas diversas citações a seu nome nas delações –e a maior de todas, a da Odebrecht, ainda nem foi divulgada. "Aécio não vai se agarrar de forma quixotesca à candidatura", resume um aliado.

    Como está no controle da máquina partidária, qualquer acerto passa pelo mineiro. Aí entra Geraldo Alckmin, o longevo governador paulista, que trabalha sua candidatura junto a diretórios estaduais do PSDB.

    O objetivo é ter densidade no caso de prévias partidárias –e nem se fala ainda da dificuldade de penetração no eleitorado nordestino.

    Ocorre que o tucano também está citado na Lava Jato, ainda que de forma por enquanto mais lateral do que colegas de partido. Todos negam irregularidades.

    Outro dos mencionados é José Serra, cuja saída do Itamaraty na semana passada pegou o tucanato de surpresa. Ele era o esteio da aliança PSDB-PMDB, em dupla com Aécio e em contraposição a Alckmin, que prefere uma relação mais distante.

    Isso reforçou o governador, mas até certo limite: e se ele acabar comprometido? "Aí teremos de achar um Doria, se não for o próprio", diz outro tucano.

    Além de ter de manter a sua alta aprovação (44% no mais recente Datafolha), Doria precisará se provar um fenômeno fora de centros urbanos. Num país em que 44% do PIB passa por mãos estatais (contas de Giannetti) e 90% dos municípios dependem de verbas federais (números de D´Avila), a antipolítica pode não colar universalmente.

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