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    Candidatura de Lula é a dúvida no campo da centro-esquerda

    IGOR GIELOW
    DE SÃO PAULO

    27/02/2017 02h00

    Edson Ruiz/Coofiav/Folhapress
    Há dúvidas se Lula irá encarar questionamentos sobre o desastre econômico e a Lava Jato
    Há dúvidas se Lula irá encarar questionamentos sobre o desastre econômico e a Lava Jato

    Apesar dos anos de desgaste, o cenário atual entre observadores prevê alguém da centro-esquerda com chances de ir ao segundo turno em 2018.

    Os olhos convergem para o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva, único nome do PT com densidade eleitoral, exceto que o partido aposte em algum derrotado de 2016, como o ex-prefeito paulistano Fernando Haddad.

    A questão é menos se Lula será impedido de concorrer por uma condenação em duas instâncias na Lava Jato, uma possibilidade, e mais se ele irá encarar uma campanha na qual teria de enfrentar um rosário de questionamentos, do desastre econômico à Lava Jato.

    Segundo a análise corrente, um candidato como Ciro Gomes (PDT) poderia emergir com a bênção lulista. Dado o histórico de desavenças entre ambos, tal aliança é incerta, e Ciro em si tem a fama de morrer pela boca –muito antes de haver redes sociais, ele perdeu o passo na campanha de 2002 ao chamar um eleitor de "burro" ao vivo no rádio.

    "Ele se autossabota", diz Eduardo Giannetti, completando: "mas é articulado e pode se cercar de gente mais competente na economia". "Eu acho que Ciro é o candidato a ser derrotado, se Lula não sair mesmo", completa um líder do PMDB.

    O partido de Temer tende a estar a reboque, apesar do protagonismo acidental do momento. Poderia até lançar um quadro distante da Lava Jato, como o governador Paulo Hartung (ES), mas parece mais fácil ir com o ministro da Fazenda, Henrique Meirelles, que está no PSD e poderia ser um nome caso a economia demonstre reação.

    "Os avanços que estão sendo feitos no campo fiscal não chegam à ponta, são de uma assimetria dramática", afirma Giannetti.

    Em "eleitorês": o emprego dificilmente subirá rapidamente, por mais que os mercados comemorem reformas que venham a ser aprovadas –de resto, sempre rotuláveis por adversários de "tirarem os direitos dos trabalhadores".

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