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    De licença médica, Eliseu Padilha deve adiar retorno ao governo

    MARINA DIAS
    DE BRASÍLIA

    02/03/2017 02h00

    Danilo Verpa - 12.set.2016/Folhapress
    SAO PAULO - SP - 12.09.2016 - O ministro-chefe da Casa Civil, Eliseu Padilha, durante painel sobre â€Os Desafios do Brasil†no Hotel Hyatt, em Sao Paulo. (Foto: Danilo Verpa/Folhapress, MERCADO)
    O ministro Eliseu Padilha (Casa Civil), que deve adiar a volta ao governo

    Auxiliares do presidente Michel Temer avaliam que o ministro da Casa Civil, Eliseu Padilha, deve prolongar sua licença médica após ter se submetido a uma cirurgia para a retirada da próstata.

    A expectativa era a de que Padilha voltasse ao trabalho na próxima segunda-feira (6), mas assessores de Temer acreditam que ele não terá condições de retomar as atividades no Palácio do Planalto apenas sete dias após o procedimento cirúrgico a que foi submetido em Porto Alegre na segunda-feira (27).

    Um dos principais assessores de Temer, Padilha pediu licença do cargo no governo na quinta (23) para passar pelo procedimento cirúrgico.

    O afastamento se deu no mesmo dia em que seu nome foi implicado na Lava Jato pelo advogado José Yunes, amigo e ex-assessor de Temer, sobre a entrega de um pacote por um operador ligado ao ex-presidente da Câmara Eduardo Cunha (PMDB-RJ).

    Em depoimento à Procuradoria-Geral da República no último dia 14, e também em entrevista à Folha, Yunes afirmou ter recebido, a pedido de Padilha em 2014, um "pacote" em seu escritório, entregue por Lúcio Bolonha Funaro, operador ligado ao ex-deputado.

    A versão coincide com trechos da delação de Cláudio Melo Filho, ex-diretor da Odebrecht, de que Padilha orientou entregar a Yunes parte de R$ 10 milhões negociados entre a empreiteira e Temer para a eleição de 2014.

    Segundo auxiliares e ministros do governo, caso a licença de Padilha seja mesmo prolongada, o presidente não tomaria nenhuma atitude precipitada –como substitui-lo à frente da Casa Civil– até que fosse finalizado o período de afastamento.

    Mas esse tempo, por ora indeterminado, serviria para que o Temer pudesse calcular o dano de perder outro de seus principais assessores.

    No mês passado, o presidente anunciou publicamente uma linha de corte para os integrantes de seu governo que, assim como ele, são citados na Lava Jato.

    Caso seja denunciado, o auxiliar será afastado temporariamente de seu cargo. Se virar réu, demitido. Padilha, porém, ainda não se encaixa nessas duas condições.

    AGENDA

    Na terça (7), Padilha participaria, ao lado do ministro Henrique Meirelles (Fazenda), da reunião do chamado "Conselhão", para discutir, com empresários e representantes da sociedade civil, novas medidas econômicas para tirar o país da crise.

    No Palácio do Planalto, porém, o discurso é o de que Padilha não conseguiria enfrentar a agenda, sentado, após ter passado pela cirurgia.

    Na semana passada, auxiliares de Temer foram informados de que a cirurgia de Padilha seria uma "raspagem" da próstata que, em seguida, afirmam os assessores, evoluiu para a retirada completa do órgão.

    A previsão era a de que o ministro recebesse alta do hospital Moinhos de Ventos, na capital gaúcha, nesta quarta-feira (1º). A alta, foi prorrogada, segundo assessores, por "precaução".

    Contrariando a aposta dos auxiliares de Temer, Padilha tem dito a aliados que vai manter o cronograma inicial. Promete que na, segunda-feira (6), retomará o comando da Casa Civil e estará despachando em seu gabinete no quarto andar do Palácio do Planalto.

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