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    Depoimento de Marcelo Odebrecht durou quatro horas

    ESTELITA HASS CARAZZAI
    DE CURITIBA

    02/03/2017 02h00

    Rodolfo Burher/Reuters
    Marcelo Odebrecht (bottom, R), the head of Latin America's largest engineering and construction company Odebrecht SA, and Otavio Marques Azevedo (2nd L), CEO of Brazil's second largest builder Andrade Gutierrez, are escorted by federal police officers as they leave the Institute of Forensic Science in Curitiba, Brazil, June 20, 2015. Brazilian police on Friday arrested Odebrecht and accused his family-run conglomerate of spearheading a $2.1 billion bribery scheme at state-run oil firm Petrobras. Police also apprehended Azevedo as the probe into corruption at Petrobras spread to the highest level of Brazilian business. REUTERS/Rodolfo Burher ORG XMIT: BRA104
    O empreiteiro Marcelo Odebrecht, que prestou depoimento ao TSE

    O empreiteiro Marcelo Odebrecht depôs durante quatro horas nesta quarta-feira (1), em Curitiba, como testemunha na ação de cassação da chapa de Dilma Rousseff e Michel Temer em 2014.

    O depoimento era aguardado com grande expectativa pelas defesas: como delator, o empresário poderia afirmar se houve ou não caixa dois na arrecadação da campanha presidencial de 2014, e se o dinheiro tinha origem ilícita, como propina de obras da Petrobras.

    O teor da fala, porém, é sigiloso –segundo os advogados, o executivo repetiu o que disse em delação premiada, que ainda está em segredo de Justiça.

    Em mãos, Marcelo Odebrecht tinha uma planilha e alguns documentos que integram a delação.

    Nem os advogados da Odebrecht, nem os de Dilma e Temer puderam comentar o teor da audiência ou dos documentos.

    "Ele falou o que deveria falar e poderia falar", afirmou Luciano Feldens, advogado da Odebrecht.

    "É prematuro fazer uma avaliação por enquanto; há temas a serem aprofundados com novas testemunhas", disse Gustavo Bonini Guedes, advogado de Temer.

    A defesa da ex-presidente Dilma saiu sem falar com a imprensa.

    Como mostrou a Folha, no depoimento, Odebrecht confirmou ter se encontrado com Temer em um jantar, em Brasília, durante a campanha presidencial de 2014, mas negou ter falado sobre recursos ao partido com o peemedebista.

    Ele ainda implicou o ex-ministro da Fazenda Guido Mantega (PT) em seu depoimento.

    Ação contra chapa Dilma-Temer tramita no TSE há cerca de dois anos

    O depoimento foi acompanhado pelo ministro Herman Benjamin, do TSE (Tribunal Superior Eleitoral), relator do processo, que foi movido pelo PSDB.

    A audiência começou às 14h30. Quatro manifestantes estavam em frente ao TRE (Tribunal Regional Eleitoral) do Paraná, pedindo para que Marcelo "contasse tudo" e defendendo a investigação da Lava Jato.

    O TSE ainda deve ouvir nos próximos dias outros quatro delatores da Odebrecht: os executivos Benedicto Barbosa da Silva Junior e Fernando Reis irão depor como testemunhas nesta quinta (2), no Rio de Janeiro.

    Na sequência, Claudio Melo Filho e Alexandrino Alencar serão ouvidos na próxima segunda (6), em Brasília.

    Melo Filho relatou em delação que Temer pediu, em uma reunião no Palácio do Jaburu, R$ 10 milhões em doação ao PMDB na eleição de 2014.

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