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    Amigo de Temer, Mariz aceita convite para órgão de reforma prisional

    GUSTAVO URIBE
    DE BRASÍLIA

    03/03/2017 20h10

    Zanone Fraissat - 19.set.2013/Folhapress
    SAO PAULO/SP-BRASIL,19/09/13 - Antonio Claudio Mariz de oliveira, advogado no Coquetel de abertura da primeira edição do PAULICEIA LITERARIA - Festival Internacional de Literatura realizado na AASP.(Foto: Zanone Fraissat /MONICA BERGAMO)
    O advogado Antonio Mariz de Oliveira em coquetel do festival de literatura Pauliceia Literaria

    O presidente Michel Temer decidiu criar uma estrutura governamental para coordenar uma reforma do sistema prisional após uma crise que deixou 102 mortos no início do ano.

    O peemedebista reuniu-se nesta sexta-feira (3), na capital paulista, com o advogado e amigo Antonio Mariz de Oliveira, que aceitou chefiar o novo órgão que será ligado diretamente à Presidência da República.

    O presidente não definiu ainda, contudo, se a estrutura será uma assessoria ou um comitê. Com a decisão de um novo órgão, o presidente desistiu de retirar a secretaria nacional de segurança pública do comando do Ministério da Justiça.

    "Eu vou colaborar com o presidente. Não temos o formato ainda do instrumento, mas deve haver uma definição nos próximos dez dias", disse Mariz à Folha.

    Com a nomeação do criminalista, o peemedebista pretende ainda recompor a equipe de assessores especiais da Presidência da República, que sofreu duas perdas recentes.

    Em dezembro, o melhor amigo do presidente, José Yunes, deixou o governo federal após ser citado em delação premiada do ex-executivo da Odebrecht Cláudio Melo Filho. E, na próxima terça-feira (7), o advogado Rodrigo Rocha Loures deve assumir mandato de deputado federal.

    Desde que assumiu o Palácio do Planalto, em maio, Temer tentava encaixar Mariz em sua equipe ministerial. O presidente chegou a convidá-lo para assumir a Justiça, mas recuou após o criminalista, em entrevista à Folha, ter criticado as delações premiadas e dito que a Polícia Federal deve ter outros focos além do combate à corrupção.

    Com a indicação do ex-ministro Alexandre de Moraes para uma vaga no STF (Supremo Tribunal Federal), no mês passado, o peemedebista cogitou novamente o nome do criminalista para a Justiça, mas escolheu o deputado federal Osmar Serraglio (PMDB-PR) com receio da repercussão da indicação de Mariz.

    Nas palavras de um assessor presidencial, desde que assumiu o governo federal, o presidente tinha uma espécie de "dívida moral" com o amigo por ele não fazer parte da equipe ministerial.

    A criação de um órgão para a reforma prisional ocorre após o governo federal ter enfrentado três massacres no início do ano em unidades carcerárias no Amazonas, Roraima e Rio Grande do Norte.

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