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    Justiça bloqueia R$ 18 mi de empresa investigada por corrupção em Ribeirão

    MARCELO TOLEDO
    DE RIBEIRÃO PRETO

    03/03/2017 23h35

    Pierre Duarte - 10.mar.2016/Folhapress
    **FOTO DE ARQUIVO PARA BANCO DE IMAGENS** RIBEIRAO PRETO, SP, 10.03.2016 - Darcy Vera, prefeita de Ribeirao Preto (313 km de Sao Paulo), durante entrega de casas populares na zona norte da cidade. Darcy está presa em Tremembé SP, acusada de corrupção. (Foto: Pierre Duarte/Folhapress) *** PARCEIRO FOLHAPRESS - FOTO COM CUSTO EXTRA E CRÉDITOS OBRIGATÓRIOS ***
    Dárcy Vera entrega casas populares em Ribeirão Preto

    A Justiça de Ribeirão Preto (a 313 km de São Paulo) bloqueou R$ 18 milhões das contas do grupo Aegea, que supostamente recebeu por serviços não prestados no departamento de água da cidade.

    O bloqueio foi concedido após pedido do Gaeco (Grupo de Atuação Especial de Combate ao Crime Organizado), do Ministério Público paulista, no âmbito da operação Sevandija, que investiga o que é apontado como maior escândalo de corrupção da história da cidade, com fraudes em licitações na prefeitura que somam ao menos R$ 203 milhões.

    De acordo com a apuração, além de ter recebido R$ 16,8 milhões por serviços não executados, a Aegea teria pagado R$ 1,5 milhão em propina a envolvidos no escândalo de corrupção.

    Conforme o Gaeco, a Aegea recebeu R$ 29,7 milhões até agosto do ano passado, mês que antecedeu a deflagração da primeira fase da operação, dos quais R$ 18,3 milhões irregulares.

    Do montante, R$ 1,5 milhão teve como destino pagar propina a duas pessoas, uma delas Marco Antônio dos Santos, ex-braço direito da prefeita Dárcy Vera (PSD) e que foi superintendente do departamento.

    Ambos foram presos e soltos na operação após decisões do STJ (Superior Tribunal de Justiça). A Promotoria chegou à conclusão a partir de quebras de sigilos e delação premiada.

    A Aegea, que nega irregularidades, pediu suspensão do bloqueio e tentou liminar no TJ (Tribunal de Justiça), sem sucesso.

    Por meio de sua assessoria, a Aegea Engenharia informou que todos os valores recebidos "correspondem a serviços efetivamente executados, com qualidade e dentro das especificações e prazos previstos".

    Informou ainda que está à disposição das autoridades e que, com as medidas tomadas -um seguro-garantia-, "estão duplamente protegidos o interesse público e o patrimônio municipal".

    A defesa de Dárcy alega que ela é inocente, enquanto a do ex-secretário não foi localizada.

    BENS BLOQUEADOS

    Nesta sexta-feira (3), promotores do Gaeco se reuniram com o novo prefeito de Ribeirão, Duarte Nogueira (PSDB), para discutir possíveis formas de ressarcimento aos cofres públicos causados pelo esquema de corrupção investigado.

    Um dos alvos é a fazenda São Luiz do Inhacundá, em Cajuru, que foi invadida pela FNL (Frente Nacional de Luta Campo e Cidade) no último dia 24.

    Até aqui, a operação apreendeu 180 cabeças de gado e maquinário agrícola na propriedade rural, que está em nome da advogada Maria Zuely Alves Librandi, que está presa.

    Ela alega ser dona única do imóvel, enquanto para a Promotoria a fazenda foi comprada com dinheiro desviado dos cofres públicos.

    Além da propriedade rural, forma apreendidos ou bloqueados 68 imóveis, 66 veículos e mais de R$ 33 milhões em contas bancárias.

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