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    Temer decide nomear aliado de Cunha para líder do governo no Congresso

    GUSTAVO URIBE
    DE BRASÍLIA

    04/03/2017 16h42 - Atualizado às 14h55
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    Pedro Ladeira/Folhapress
    BRASILIA, DF, BRASIL, 29-06-2016, 16h00: O deputado Andre Moura (PSC-SE), líder do governo na Câmara, fala com a imprensa no salão verde. (Foto: Pedro Ladeira/Folhapress, PODER)
    O deputado André Moura, novo líder do governo no Congresso

    Na tentativa de evitar retaliações do chamado "centrão", o presidente Michel Temer decidiu nomear para a liderança do governo no Congresso Nacional o deputado federal André Moura (PSC-SE), ex-líder do governo na Câmara dos Deputados e nome próximo a Eduardo Cunha (PMDB-RJ).

    A escolha faz parte de esforço do peemedebista para unificar a base aliada para a votação da reforma previdenciária, cuja expectativa do Palácio do Planalto é aprová-la na Câmara dos Deputados ainda no primeiro semestre deste ano.

    Nas palavras de um assessor presidencial, o gesto tem como objetivo "curar as feridas" da eleição para o comando da Câmara dos Deputados, realizada em fevereiro. Integrantes de partidos do centrão que trabalharam por candidaturas rivais acusam o presidente de ter auxiliado a reeleição de Rodrigo Maia (DEM-RJ).

    Na época, diante do movimento do Palácio do Planalto, integrantes do centrão ameaçaram obstruir a proposta na
    CCJ (Comissão de Constituição e Justiça) e vinham articulando mudanças no texto original enviado pelo governo federal.

    Com a escolha, o atual líder do Congresso Nacional, Romero Jucá (PMDB-RR), será deslocado para a liderança do governo no Senado Federal, que ficou vaga com a indicação de Aloysio Nunes Ferreira (PSDB-SP) para o Ministério das Relações Exteriores.

    Segundo um auxiliar presidencial, com a tramitação da reforma previdenciária, o presidente sabe que nos próximos dois meses "a principal batalha do governo federal será travada na Câmara dos Deputados", o que tornou necessário prestigiar os deputados federais com um posto antes ocupado por senadores.

    Na tentativa de aprovar a iniciativa, o presidente promoveu um jantar na noite de sexta-feira (3), no Palácio do Jaburu, com líderes da Câmara dos Deputados. No encontro, ele pediu que seja feita uma ofensiva para evitar mudanças substanciais no texto da medida.

    O peemedebista não falou na possibilidade de retaliação em relação a cargos e emendas no caso de traições durante a tramitação da proposta.

    Nos bastidores, contudo, ministros e assessores dizem que o governo federal poderá reavaliar a composição de forças diante de posições contrárias à orientação do Palácio do Planalto.

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