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    Padilha estenderá licença médica por pelo menos mais uma semana

    GUSTAVO URIBE
    DE BRASÍLIA

    05/03/2017 20h06

    Danilo Verpa -12.set.2016/Folhapress
    SÃO PAULO, SP, 12.09.2016: EVENTO-SP - O ministro-chefe da Casa Civil, Eliseu Padilha, durante painel sobre "Os Desafios do Brasil" no Hotel Hyatt em São Paulo. (Foto: Danilo Verpa/Folhapress)
    Oministro-chefe da Casa Civil, Eliseu Padilha, durante evento em São Paulo

    Sem expectativa de alta hospitalar, o ministro da Casa Civil, Eliseu Padilha, apresentará na terça-feira (7) um novo atestado médico para prolongar seu afastamento temporário do cargo.

    O tempo que será solicitado, contudo, ainda não foi definido pelo peemedebista, que tem discutido o assunto com familiares e assessores. A tendência é de que seja de pelo menos mais uma semana, o que pode ser posteriormente postergado para um período de trinta dias.

    O ministro foi submetido no final de fevereiro a cirurgia para retirada da próstata e, com a licença médica, mantém o foro privilegiado. O prolongamento do afastamento tem servido ao presidente Michel Temer para calcular o dano político de perder o seu principal braço-direito no Palácio do Planalto.

    O ministro que já havia sido citado em delação premiada deve ser um dos nomes apontados na lista de pedidos de investigação da Procuradoria-Geral da República, que deverá ser apresentada ao STF (Supremo Tribunal Federal) nesta semana.

    A avaliação no Palácio do Planalto é que um pedido de investigação contra Padilha aumentará a pressão para que ele deixe o cargo, mas o presidente tem afirmado nos bastidores que ele só será afastado definitivamente se virar réu, respeitando critério criado no mês passado.

    No período da ausência, deve assumir a Casa Civil o secretário-adjunto, Daniel Sigelmann. Caso a licença seja mais uma vez ampliada, o presidente discute escalar informalmente alguém de mais confiança e que tenha mais "jogo de cintura" para tratar de questões administrativas e políticas.

    Os dois principais nomes considerados são do assessor especial Rodrigo Rocha Loures e do subchefe de assuntos jurídicos da Casa Civil, Gustavo do Vale Rocha.

    JANOT

    Com a apresentação da lista, o presidente se prepara para enfrentar mais uma semana de desgaste na imagem do governo, cuja aprovação popular segue baixa de acordo com pesquisas de opinião.

    A possibilidade do procurador-geral da República, Rodrigo Janot, apresentar pedidos de inquérito contra ministros da cúpula governamental, bem como contra parlamentares do PSDB e do PMDB, geraram o receio no Palácio do Planalto de que a nova lista afete o ritmo de tramitação da reforma previdenciária e reverbere em manifestações de rua, como a marcada para o dia 26 nas principais capitais do país.

    A última lista apresentada pelo procurador-geral, em março de 2015, foi explorada por movimentos de rua para fortalecer o coro pela saída da então presidente Dilma Rousseff, que sofreu impeachment no ano seguinte.

    Na tentativa de blindar a reforma previdenciária, considerada a prioridade do Palácio do Planalto no primeiro semestre, o presidente se reuniu no final de semana com líderes da base aliada e pediu empenho para que o texto original seja mantido com poucas mudanças.

    Nos bastidores, auxiliares e assessores presidenciais temem que o impacto da lista possa atrasar a tramitação, postergando a votação para junho, e reconhecem que o Palácio do Planalto poderá retaliar traidores na base aliada, com a retirada de cargos e emendas.

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