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    Justiça do Rio aceita denúncia em caso de propina em obra da marginal Tietê

    DO RIO

    08/03/2017 15h32 - Atualizado às 14h23
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    Eduardo Knapp - 18.abr.2012/Folhapress
    O empresário Fernando Cavendish, dono da empresa Delta
    O empresário Fernando Cavendish, dono da empresa Delta

    A Justiça Federal no Rio aceitou denuncia contra o empresário Fernando Cavendish, ex-dono da empreiteira Delta, e o operador Adir Assad e outras quatro pessoas por suposto superfaturamento em obras de ampliação da marginal Tietê, em São Paulo.

    A denúncia faz parte das investigações da operação Lava Jato. A denúncia foi apresentada inicialmente pelo Ministério Público federal de São Paulo, mas foi transferido para o Rio por envolver crimes que supostamente foram cometidos por Cavendish, já investigados na operação Saqueador.

    A denúncia aponta superfaturamento em R$ 71,6 milhões pelo consórcio Nova Tietê, liderado pela Delta, no lote 2 da expansão da marginal tietê.

    A obra tinha valor inicial de R$ 287 milhões e foi realizada ao custo de R$ 360 milhões.

    O saldo resultante teria sido pago em aditivo de contrato, considerado irregular. A estatal paulista Desenvolvimento Rodoviário (Dersa), responsável por contatar a obra, teria compactuado com o superfaturamento.

    Valores sob a forma de propina teriam sido repassados por empresas de fachada.

    A denúncia foi aceita na terça-feira (7) pelo juiz da 7ª Vara Criminal Federal no Rio, Marcelo Bretas.

    O recebimento da denúncia foi confirmada à reportagem pelo Tribunal Regional Federal do Rio.

    As obras ocorreram entre 2009 e 2011, na gestão do atual senador José Serra (PSDB).

    Adir Assad já foi condenado pelo juiz Sérgio Moro a quase dez anos de prisão também no escopo da Lava Jato.

    Segundo o jornal "Estado de S. Paulo", Assad negocia acordo de delação premiada onde afirma ter sido operador de propinas de empreiteiras em obras viárias no Estado de São Paulo, entre elas a da marginal Tietê.

    Além de Cavendish e Assad, outras quatro pessoas foram denunciadas por lavagem de dinheiro, fraude em licitação, falsidade ideológica e associação criminosa.

    Nenhum funcionário público de São Paulo foi denunciado até o momento neste processo.

    A Folha ainda não conseguiu contato com a defesa dos réus.

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