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    PSOL propõe CPI na Assembleia de SP para apurar supostos desvios na Dersa

    REYNALDO TUROLLO JR.
    DE SÃO PAULO

    09/03/2017 19h45 - Atualizado às 20h40

    Mateus Bruxel - 31.out.2010/Folhapress
    SÃO PAULO, SP, BRASIL, 31-10-2010, 16h40: O ex-diretor de engenharia da Dersa (Desenvolvimento Rodoviário S/A), Paulo Vieira de Souza, conhecido como Paulo Preto, concede entrevista após votar no bairro Jardim Everest, em São Paulo (SP). Paulo Preto é acusado pelo PT de desviar R$ 4 milhões para um suposto esquema de caixa dois da campanha presidencial do político José Serra (PSDB). Ele, no entanto, nega as acusações. (Foto: Mateus Bruxel/Folhapress)
    O ex-diretor da Dersa Paulo Vieira de Souza, conhecido como Paulo Preto, citado por investigados

    O deputado estadual Raul Marcelo (PSOL) apresentou requerimento, nesta quinta-feira (9), para instalar na Assembleia Legislativa de São Paulo uma CPI para investigar suspeitas de desvios na Dersa, estatal paulista responsável por grandes obras como as do Rodoanel e da marginal Tietê.

    O pedido prevê que a CPI apure "desvios de recursos públicos, corrupção ativa e passiva, lavagem de dinheiro e outros crimes e infrações administrativas cometidas no âmbito do Estado de São Paulo, por empreiteiras contratadas e subcontratadas pela Dersa e agentes públicos eventualmente envolvidos no período de 2007 e 2012", nos governos dos tucanos José Serra e Geraldo Alckmin.

    São necessárias 32 assinaturas para a criação da comissão. Raul Marcelo disse que espera contar, inicialmente, com o apoio das bancadas do PSOL (com dois deputados) e do PT (com 15).

    "Igual aconteceu com a CPI da Merenda [em 2016], nós vamos fazer uma pressão, uma articulação com os movimentos sociais e a opinião pública para que a Assembleia abra investigação", disse.

    "Pelas notícias que estamos vendo nos jornais, na gestão Serra e Alckmin a Dersa virou uma lavanderia. A função do Parlamento é fiscalizar."

    Como revelou a coluna Painel nesta quarta, o ex-diretor da Dersa Paulo Vieira de Souza, conhecido como Paulo Preto, foi aconselhado por advogados a propor ao Ministério Público Federal um acordo de colaboração premiada, depois de ter sido citado por delatores da Odebrecht.

    No sábado (4), o jornal "O Estado de S. Paulo" noticiou que o operador Adir Assad, preso em Curitiba, tenta fechar um acordo de delação que inclui informações sobre repasses de R$ 100 milhões para Paulo Preto entre 2007 e 2010, no governo Serra.

    Na terça (7), a Justiça Federal do Rio aceitou denúncia contra Assad e o empresário Fernando Cavendish, ex-dono da empreiteira Delta, por suposto superfaturamento nas obras de ampliação da marginal Tietê, em São Paulo. As obras foram administradas pela Dersa, que teria compactuado com o superfaturamento.

    "Se ele [Paulo Preto] fizer delação, isso vai vir para a opinião pública, vai ficar muito difícil a Assembleia não entrar nesse tema", afirmou Raul Marcelo.

    A maioria dos deputados da Assembleia é da base do governo Alckmin. No ano passado, a CPI da Merenda foi instalada –com apoio dos governistas, que inicialmente resistiram– após estudantes da rede estadual ocuparem o plenário da Casa.

    A bancada do PT confirmou que assinará o pedido de criação da CPI. Nesta quarta, o deputado petista Alencar Santana se reuniu com o procurador-geral de Justiça de São Paulo, Gianpaolo Smanio, para falar, entre outras coisas, das investigações sobre a Dersa.

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