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    Lava Jato

    De volta ao Planalto, Padilha diz que não vai falar 'sobre o que não existe'

    MARINA DIAS
    DE BRASÍLIA

    13/03/2017 13h13 - Atualizado às 13h20

    Alan Marques - 22.dez.2016/Folhapress
    O ministro-chefe da Casa Civil, Eliseu Padilha, que voltou de licença médica nesta segunda (13)
    O ministro-chefe da Casa Civil, Eliseu Padilha, que voltou de licença médica nesta segunda (13)

    De volta ao Palácio do Planalto após licença de 13 dias, o ministro Eliseu Padilha (Casa Civil) afirmou que não vai falar "sobre o que não existe", em referência às declarações de um delator da Odebrecht e do ex-assessor da Presidência José Yunes, que relatam a participação do ministro no episódio da entrega de um pacote no escritório do advogado, em 2014, por um operador do ex-presidente da Câmara Eduardo Cunha (PMDB-RJ).

    "Não vou falar sobre o que não existe. Está tudo baseado num delator", disse Padilha.

    Às vésperas da divulgação da lista de Janot, em que o procurador-geral da República pedirá abertura de pelo menos 80 inquéritos, o ministro da Casa Civil afirmou que o presidente Michel Temer "já firmou uma linha de posicionamento do governo" e que "citação não é motivo para nada".

    "Qualquer fala agora é prejudicial. Ficarei quieto", afirmou o Padilha.

    No mês passado, Temer afirmou que um ministro denunciado será afastado temporariamente de seu governo. Em definitivo, somente depois de virar réu.

    Com as tensões aumentadas no Planalto e no Congresso com a proximidade da lista de Janot, auxiliares do presidente mantém esse discurso para justificar que, mesmo que algum ministro esteja na lista, ele não será afastado de imediato. Somente se a denúncia for aceita.

    RETORNO

    Segundo Padilha, os médicos haviam recomendado que ele adiasse seu retorno ao trabalho para a próxima segunda (20), mas "o psicológico disse que eu tinha que voltar".

    Em razão a uma cirurgia para a retirada da próstata, Padilha estava de licença desde o último dia 28.

    Ainda abatido e um pouco debilitado, o ministro afirmou que precisou voltar para tocar a reforma da Previdência.

    "Eu e minha equipe temos a memória disso aqui", disse o ministro sobre a reforma. O texto, que tramita na Câmara, sofre resistência para aprovação inclusive da base aliada, que quer apresentar emendas para modificar pontos considerados importantes pelo governo.

    O ministro foi responsável por liderar a elaboração do projeto por parte do Planalto e agora faz grande parte da articulação com os parlamentares.

    Mesmo o ministro Henrique Meirelles (Fazenda), que protagonizou diversas discussões com Padilha, disse a assessores que estava preocupado com a ausência do ministro neste que considera um momento crucial para a reforma previdenciária.

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