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    Antes de prestar depoimento, Lula diz que está disposto a 'viajar o país'

    MARINA DIAS
    DE BRASÍLIA
    CÁTIA SEABRA
    DE SÃO PAULO

    13/03/2017 22h43

    Ricardo Stuckert /Divulgação
    Lula, durante evento da Contag em Brasília em 13.mar.2017
    Lula, durante evento da Contag, em Brasília

    O ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva afirmou nesta segunda (13) que está disposto a viajar pelo país para "alertar o povo brasileiro sobre o que está em jogo" com as reformas propostas pelo governo de Michel Temer.

    Segundo o petista, é preciso impedir que haja "retrocesso" em relação aos direitos e conquistas dos trabalhadores nos últimos anos.

    "Estou disposto a voltar a ter 35 anos, estou disposto a voltar a andar por esse país, alertando o povo brasileiro sobre o que está em jogo", afirmou Lula durante a abertura do 12º Congresso Nacional dos Trabalhadores Rurais Agricultores e Agricultoras Familiares, em Brasília.

    Desta vez, Lula relativizou a possibilidade de ser candidato à Presidência da República em 2018, ponderando que "a natureza é implacável", mas disse que tem disposição para "preparar nosso povo".

    "Quem já fez história não tem como fazer ela retroceder", declarou o ex-presidente.

    O petista fez críticas ao governo Temer e afirmou que a gestão do peemedebista fará com que, daqui a pouco, seja necessário "pedir licença para entrar no Brasil", em referência ao projeto que autoriza a venda de terras para estrangeiros. "Resolveram vender nossa terra, daqui a pouco vendem até o mar", ironizou Lula.

    COBRANÇA

    O ex-presidente estimulou a militância a "cobrar" e "pressionar" congressistas sobre as reformas do governo, dizendo que "não é justo" que o povo pague pela crise no país.

    "Tem que cobrar os parlamentares, é na cidade e nos Estados de vocês que têm que fazer pressão. Mas não tem que fazer como eles fizeram com a Dilma [Rousseff]. Mas tem que mostrar pra eles que não é justo, porque esse povo já pagou demais", completou.

    Lula viajou a Brasília para prestar depoimento nesta terça (14) à Justiça Federal. Ele será interrogado na ação penal em que é acusado pelo Ministério Público Federal de atuar "na compra do silêncio" do ex-diretor da Petrobras Nestor Cerveró , a fim de evitar que ele assinasse um acordo de delação premiada.

    A afirmação consta da colaboração do ex-senador Delcídio do Amaral.

    O depoimento estava marcado para 17 de fevereiro, mas foi adiado em razão do luto pela morte da ex-primeira-dama Marisa Letícia.

    Lula é réu na mesma ação em que também são investigados o pecuarista José Carlos Bumlai, o próprio Delcídio e o banqueiro André Esteves, entre outros acusados.

    A defesa do ex-presidente tem negado qualquer irregularidade e já pediu, inclusive, a nulidade do acordo de delação premiada de Delcídio, sob alegação de que seus termos, que deveriam ser sigilosos, foram vazados para a imprensa.

    Também mencionam uma entrevista à revista "Piauí" em que Delcídio falou sobre ter sofrido pressões quando esteve preso em uma sala da Polícia Federal –disse que "ficou trancado" por três horas em uma sala abafada e os policiais não ouviram quando ele bateu à porta.

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