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    Lava Jato

    Divulgação parcial da lista de Janot pega Temer de surpresa

    GUSTAVO URIBE
    BRUNO BOGHOSSIAN
    DE BRASÍLIA

    15/03/2017 02h01

    Jorge Araujo - 20.fev.2017/Folhapress
    São Paulo SP Brasil 20 02 2017 O presidente Michel Temer em a de São Paulo no Teatro WTC participou da â€Apresentação do plano de modernização e desburocratização da agricultura e solenidade de lançamento do AGRO+SPâ€.Também participaram o ministro Blairo Maggi (Agricultura), o governador Geraldo Alckmin e o presidente da Federação da Agricultura e Pecuária do Estado de São Paulo (Faesp), Fábio Meirelles. MERCADO. Jorge Araujo Folhapress 703 ORG XMIT: XXX
    O presidente Michel Temer

    A divulgação dos nomes de cinco ministros na lista de pedidos de investigação da Procuradoria-Geral da República causou desconforto à equipe de Michel Temer, para quem a manutenção do sigilo sobre os detalhes das denúncias contribui para aumentar o desgaste da imagem do governo.

    A avaliação é que, sem dar publicidade às informações sobre a gravidade das acusações, todos os ministros ficam em suspeição, o que impede a elaboração de uma estratégia de defesa e a análise individualizada, com risco de afetar a pauta administrativa.

    Mantido o sigilo sobre as acusações, o Palácio do Planalto avalia pedir à Advocacia-Geral da União que solicite ao ministro do Supremo Tribunal Federal Edson Fachin, relator da Lava Jato, que acelere a divulgação do conteúdo dos pedidos de investigação.

    Lava Jato no STF

    O presidente já esperava as presenças de Eliseu Padilha (Casa Civil), Moreira Franco (Secretaria-Geral), Gilberto Kassab (Comunicações) e Aloysio Nunes (Relações Exteriores) na lista. A inclusão de Bruno Araújo (Cidades), contudo, causou surpresa.

    Temer ordenou à equipe ministerial que não precipite qualquer reação aos pedidos de abertura de inquérito, antes que seja conhecida a dimensão de seu impacto sobre Planalto. Só assim, argumentam auxiliares presidenciais, o governo terá condições de calibrar a reação necessária.

    Na tentativa de se descolar de denúncias, Temer decidiu também que não irá a público para defender auxiliares e aliados citados em delações premiadas. O presidente pediu cautela na análise dos casos, para evitar erros políticos na esteira dessa turbulência.

    Para se blindar de cobranças, a tendência é que ele repita que definiu uma linha de corte para demissões e que só afastará definitivamente quem se tornar réu pelo STF.

    Editoria de Arte/Folhapress

    Nos últimos dias, articuladores do Planalto pediram aos líderes da base aliada no Congresso que façam avançar os projetos de interesse do governo, em tentativa de superar a agenda imposta pelos inquéritos e uma possível sensação de paralisia do Legislativo.

    Preocupa sobretudo a reforma da Previdência. Nos bastidores, correligionários do presidente temem que o impacto da lista de investigados atrase a tramitação do projeto, postergando a votação de abril para junho, e estimule traições na base aliada, já identificadas no PTB, no PSB e no PSD.

    Outro receio: a possibilidade de desgaste no poder de negociação do ministro da Casa Civil, estimulando a inclusão de emendas que alterem o texto original da proposta.

    O Planalto defendia que o sigilo das delações fosse quebrado assim que a PGR enviasse ao Supremo pedidos contra autoridades, para evitar que detalhes fossem revelados às vésperas de votações importantes da reforma da Previdência ou das manifestações em apoio à Lava Jato.

    No dia 26, por exemplo, movimentos de rua como Vem Pra Rua e MBL (Movimento Brasil Livre) marcaram protesto em defesa da operação. A última lista apresentada pelo procurador-geral, em março de 2015, fortaleceu o coro popular pela saída de Dilma Rousseff, que sofreu impeachment no ano seguinte.

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