• Poder

    Saturday, 04-May-2024 19:52:13 -03

    Lula chama procurador de 'moleque' e cobra solidariedade de petistas

    CATIA SEABRA
    DE SÃO PAULO

    24/03/2017 18h15 - Atualizado às 16h48
    Erramos: esse conteúdo foi alterado

    Danilo Verpa/Folhapress
    SAO PAULO - 24.03.2017 - Debate com o tema â€O que a Lava Jato tem feito pelo Brasilâ€. Participarão o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva, o presidente nacional do PT, Rui Falcão, juristas e economistas.. (Foto: Danilo Verpa/Folhapress, PODER) ORG XMIT: PT DEBATE A LAVA JATO
    Ex-presidente Lula e Rui Falcão (em pé) participam de seminário sobre a Lava Jato realizado pelo PT

    O ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva chamou de "moleque" o procurador da República Deltan Dallagnol, coordenador da força-tarefa da Lava Jato em Curitiba, e voltou a criticar o juiz Sergio Moro, nesta sexta-feira (24), durante seminário realizado pelo PT.

    Após quase cinco horas do seminário "O que a Lava Jato tem feito para o Brasil", Lula assumiu o microfone afirmando, entre lágrimas, que gostaria de prestar contas aos participantes do encontro, entre eles economistas, sindicalistas e jornalistas.

    O ex-presidente repetiu que irá "brigar até o fim" e mais uma vez desafiou os agentes da Lava Jato a provarem que tenha cometido irregularidades.

    Ele afirmou que "nem Moro, nem Dallagnol, nem ninguém da PF" têm uma história de lisura como a sua. "Nem Moro, nem Dallagnal, nem delegado da Polícia Federal têm a lisura e a honestidade que tenho em 70 anos de vida", declarou.

    Lula disse que o PT foi criado para mudar o país e é uma instituição forte. E atacou: "Aquele Dallagnol sugerir que o PT foi criado para ser uma organização criminosa... O que aquele moleque conhece de política? Ele nem sabe como se monta um governo. Não tem a menor noção. Ele acha que sentar em cima da Bíblia dá a solução de tudo. Não dá".

    Réu em cinco ações penais –três delas relativas à Lava Jato–, o ex-presidente defendeu a aprovação do projeto de lei que tipifica o crime de abuso de autoridade. "Ninguém pode deixar de aprovar a lei de abuso de autoridade. Ninguém está acima da lei", disse.

    Em seguida, o presidente do PT, Rui Falcão, endossou a avaliação de Lula em entrevista. "O que Lula falou achamos também: ninguém pode se colocar acima da Lei", declarou.

    COMPANHEIROS

    Lula afirmou ainda que, "na falta de prova", os petistas têm que ser solidários quando se diz que um "amigo é corrupto".

    "Quando alguém disser que um amigo nosso é corrupto, na falta de prova, a gente tem que ficar do lado do amigo da gente", afirmou Lula.

    Horas antes, na abertura do seminário, Falcão fez uma declaração pública em defesa do ex-tesoureiro do PT João Vaccari Neto e dos ex-ministros José Dirceu e Antonio Palocci.

    Segundo petistas, o gesto foi uma resposta às queixas dos petistas que estão presos. Por intermédio de amigos e parentes, Dirceu e Vaccari têm reclamado de abandono dos colegas de partido.

    LULA CANDIDATO

    Temendo sanção legal, o PT desistiu de anunciar a candidatura de Lula à Presidência da República em 2018.

    O ex-presidente disse que existe uma tentativa de deter sua candidatura sob acusação de antecipação de campanha.

    A causa, segundo Lula, seria a divulgação de um vídeo em que ele aparece fazendo ginástica. No som, a música "Tô voltando", interpretada pela cantora Simone.

    Após o seminário, o presidente do PT, Rui Falcão, admitiu que o partido reconsiderou a intenção de antecipar o anúncio da candidatura de Lula.

    "Achei que é desnecessário fazer qualquer tipo de lançamento por dois motivos: em primeiro, porque nós queremos contar também com outras forças políticas e sociais além do Partido dos Trabalhadores. Em segundo, porque dentro da perseguição sistemática de que ele é vítima, nós não queremos dar pretexto a nenhum tipo de acusação forjada de que ele está se antecipando à campanha eleitoral", afirmou Falcão.

    Fale com a Redação - leitor@grupofolha.com.br

    Problemas no aplicativo? - novasplataformas@grupofolha.com.br

    Publicidade

    Folha de S.Paulo 2024