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    Justiça impede editora de distribuir livro que usa nome de Cunha

    DE SÃO PAULO

    24/03/2017 18h46 - Atualizado às 19h37

    Alan Marques/Folhapress
    BRASÍLIA, DF, BRASIL, 07.07.2016. O deputado Eduardo Cunha (no momento do choro ao falar a mulher e filha) faz pronunciamento, onde anunciou a sua renuncia à Presidência da Câmara dos Deputados, no salão Nobre da Câmara. (FOTO Alan Marques/ Folhapress) PODER
    Eduardo Cunha durante pronunciamento em que anunciou sua renuncia à Presidência da Câmara

    A pedido do ex-deputado Eduardo Cunha (PMDB-RJ), a Justiça do Rio de Janeiro determinou, em decisão de caráter provisório, que a editora Record deixe de distribuir o livro "Diário da Cadeia" e recolha em lojas exemplares que já tenham sido entregues.

    O livro é assinado por um autor identificado apenas como "Eduardo Cunha (pseudônimo)".

    A Justiça também exigiu que a empresa retire de seu site materiais "que façam referência à figura de Eduardo Cunha em relação ao livro, bem como oriente as revendedoras a que tomem a mesma medida".

    A multa em caso de descumprimento é de R$ 400 mil diários. A editora removeu nesta sexta-feira (24) as referências de seu site. Em nota, informou que "interrompeu imediatamente a circulação" do livro e que tenta "obter a revogação" da decisão.

    O peemedebista diz à Justiça que não é o responsável pelo livro e que a publicação se trata de "gravíssima tentativa de ganho comercial a partir de sua reclusão". Argumenta ainda que, sem "identificação que possibilite o conhecimento da autoria", a obra "ofende o preceito da vedação ao anonimato".

    Na sentença, a juíza Ledir Dias de Araújo menciona a vedação ao anonimato e diz que o caso não é coberto pela proteção a pseudônimos. "A obra foi escrita como se tivesse sido pela pessoa do autor da ação, o que ele nega. Logo, não se pode ter a presente obra como lícita", escreve. Menciona ainda vedação a publicidade enganosa.

    A magistrada pede que a editora "identifique e qualifique" o autor. E descarta censura: "Registro que a presente decisão não visa censurar a obra objeto da ação, mas a tutelar os direitos individuais do autor, os quais, em tese, estão sendo violados".

    O advogado de Cunha Ticiano Figueiredo Oliveira diz que a decisão é "justa porque não fere entendimento do Supremo com relação às biografias, mas deixa claro que o uso de pseudônimo para fraudar uma autobiografia deve ser coibido". A peça também é assinada por Pedro Ivo Cordeiro, Rodrigo Santos Valle e Alberto Emanuel Malta.

    Na quarta-feira, o editor da obra, Carlos Andreazza, havia dito que o livro é ficção e que a ação de Cunha, antes da publicação, "esbarra na decisão do Supremo que impede a censura prévia".

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