A maioria dos manifestantes que participou do protesto contra a reforma da Previdência em São Paulo, na sexta (31), se disse favorável à cassação da chapa Dilma-Temer pelo TSE (Tribunal Superior Eleitoral). O julgamento marcado para começar na terça (4).

Uma pesquisa coordenada pelos professores Esther Solano, da Unifesp, e Pablo Ortellado e Marcio Moretto, da USP, constatou que 72,4% dos entrevistados concordavam com a suspensão dos candidatos eleitos e com a perda do mandato do presidente Michel Temer (PMDB), vice de Dilma Rousseff (PT) no pleito de 2014. Os contrários eram 16,1%.

Os pesquisadores ouviram 442 pessoas maiores de 16 anos das 14h às 19h, por toda a extensão da avenida Paulista, onde a manifestação se concentrou. A margem de erro é de 4,7%.

Sobre a orientação política, 83% disseram se identificar com a esquerda e 61,1% afirmaram pretender votar no ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva nas próximas eleições (21,3% não votariam e 17,6% se disseram indecisos). O partido com quem mais se identificavam era o PT (35,7%), seguido pelo PSOL (20,6 %).

Solano, Moretto e Ortellado, colunista da Folha, monitoram a opinião política de quem vai a manifestações, à esquerda e à direita.

No penúltimo domingo, em 26 de março, ouviram grupos que foram defender a Lava Jato, também na Paulista —84,76% dos entrevistados disseram ser "muito" antipetistas. Na ocasião, 46,48% disseram desejar que Temer deixasse o poder, percentual semelhante ao dos que que preferem que ele fique: 46,88%.