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    Cotada para comandar o PT, Gleisi diz que 'inimigo está fora do partido'

    CATIA SEABRA
    DE SÃO PAULO

    05/04/2017 16h15

    Evaristo Sa - 25.ago.2016/AFP
    A senadora Gleisi Hoffmann, indicada por Lula para presidência do PT
    A senadora Gleisi Hoffmann, indicada por Lula para presidência do PT

    Lançada por Lula como candidata à presidência do seu partido, a senadora Gleisi Hoffmann (PT-PR) divulgou uma carta nesta quarta-feira (5) afirmando que o "inimigo está fora do PT".

    No texto endereçado aos militantes petistas, ela afirma que o PT é o partido mais querido do Brasil. Ela chama a ex-presidente Dilma Rousseff de guerreira.

    Nome defendido pela corrente CNB (Construindo um Novo Brasil), ela elogia o potencial adversário, o senador Lindbergh Farias (PT-RJ), afirmando que a divergência pode servir de estímulo para o crescimento partidário.

    Apesar dessa avaliação, integrantes da cúpula partidária apostam numa desistência do senador após a eleição deste domingo (9), quando serão escolhidos os delegados responsáveis pela eleição estadual que acontecerá em maio.

    "O PT é o partido mais querido do Brasil, apesar da diuturna campanha sórdida contra nós. Como Lula, conquistamos o direito de andar de cabeça erguida. Isso só aumenta nossa responsabilidade com o futuro do país e com a esperança do povo", diz a nota.

    Leia a íntegra:

    *

    Companheiras e Companheiros,

    Queridas pessoas de meu Partido!

    A Construindo um Novo Brasil, corrente interna do Partido dos Trabalhadores a qual pertenço desde a minha filiação, juntamente com o presidente Lula, indicou meu nome como candidata à presidência nacional do PT, a ser apresentado a todas as correntes e a toda militância do Partido.

    Este é, para mim, um grande desafio que tem pela frente um longo caminho a ser percorrido até sua concretização. Por uma feliz coincidência militantes que vão participar dos encontros municipais já podem conhecer e debater essa possibilidade.

    Espero, com muita humildade, e conhecedora de meus limites, poder contribuir para que o Partido dos Trabalhadores, que tirou o Brasil do Mapa da Fome e colocou-o no concerto dos grandes países do mundo, possa enfrentar esses tempos difíceis por que passa.

    Nossa democracia foi brutalmente atacada e tombou na forma de uma mulher guerreira, valente, Dilma Rousseff, a primeira a presidir o Brasil. O golpe fez perder a esperança de um país melhor, com empregos e salários decentes, uma educação consistente e oportunidades para todas e todos.

    Enfrentar essa situação pressupõe estarmos unidos para rejeitar a criminalização do nosso partido, a condenação das nossas lideranças e lutar, junto com outras forças políticas, em defesa dos direitos sociais e da democracia. Pressupõe barrar o racismo, a homofobia, a misoginia e a ignorância. Nossas mulheres e a juventude estão sob ataque direto dessas ações.

    As divergências fazem parte de nossa história. Vamos fazer delas o estímulo à preparação de nossas ações e a elaboração de propostas cada vez melhores para nosso Brasil. Afinal, o inimigo a ser combatido está fora do PT. É aquele que nos golpeou e continua golpeando o povo brasileiro com a retirada de seus direitos.

    Agradeço a confiança de minhas companheiras e companheiros da CNB, em especial de Márcio Macedo e Alexandre Padilha, que retiraram suas candidaturas, compromissados com o fortalecimento da unidade partidária.

    Ao senador Lindbergh Farias, companheiro valoroso e combativo, que ao meu lado trava muitas lutas, manifesto meu respeito e consideração, bem como a certeza de que nossa caminhada nesse processo será sempre para fortalecer o PT.

    O PT é o partido mais querido do Brasil, apesar da diuturna campanha sórdida contra nós. Como Lula, conquistamos o direito de andar de cabeça erguida. Isso só aumenta nossa responsabilidade com o futuro do país e com a esperança do povo.

    Por isso sua condução só pode ser feita por um núcleo dirigente forte e que espelhe a diversidade partidária.

    Para Lula, só tenho a reafirmar minha admiração e lealdade. Em 2002, a esperança derrotou o medo. Lutarei junto com todas e todos petistas e militantes deste país para que, em 2018, a esperança derrote outra vez o ódio e a tristeza.

    O Brasil precisa ser feliz de novo com Lula e o PT!

    Senadora Gleisi Hoffmann (PT/PR)

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