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    Embraer prevê entregar cinco cargueiros à FAB até 2019

    IGOR GIELOW
    ENVIADO ESPECIAL AO RIO

    05/04/2017 16h23

    Editoria de Arte/Folhapress
    Aeronave KC-390, fabricada pela Embraer, em exposição na Base Aérea de Brasília
    Aeronave KC-390, fabricada pela Embraer, em exposição na Base Aérea de Brasília

    A Embraer Segurança e Defesa prevê entregar os dois primeiros cargueiros KC-390 à FAB (Força Aérea Brasileira) em 2018, sendo seguidos por três unidades em 2019.

    O avião é a principal aposta da empresa na área militar, e está enfrentando turbulências na reta final para sua certificação devido ao contingenciamento de verbas decidido pelo governo federal na semana passada.

    A certificação inicial, dada pela Agência Nacional de Aviação Civil, deverá ser concedida até o fim do ano. Com ela, os aviões já poderão ser entregues para a FAB, que fará a certificação militar final. A previsão é de que esse processo esteja encerrado até o fim de 2018, e aí o avião poderá ser exportado.

    O programa atende a um pedido inicial da FAB, que encomendou 28 aviões e investirá, até a entrega, cerca de R$ 5 bilhões. Ele sofreu um sobressalto em 2015, quando apenas 10% do previsto em seu orçamento foi executado devido ao ajuste fiscal, mas recuperou terreno em 2016 com o pagamento dobrado da previsão inicial para R$ 816 milhões.

    Neste ano, estima-se no mercado que são necessários aproximadamente R$ 200 milhões para finalizar o projeto para entregar os aviões a partir de 2018.
    Segundo o ministro Raul Jungmann (Defesa), ainda não é possível dizer se o KC-390 será ou não poupado da tesoura. "As Forças estão revisando os projetos", disse. Até aqui, apenas o projeto de construção do caça Gripen pela sueca Saab em conjunto com Embraer e outras empresas brasileiras estará imune.

    O presidente da Embraer Defesa, Jackson Schneider, mantém a previsão de entrega independentemente da verba, mas o medo é o efeito no mercado externo. Há pelo menos dez países interessados no KC-390, e nessa área os negócios são feitos a passos muito lentos, observando etapas cruciais como a certificação do modelo. "Atrasos podem afetar a janela do negócio", diz o comandante da FAB, brigadeiro Nivaldo Rossatto.

    Foi pensando no cargueiro que o governo definiu a criação de uma linha de crédito no BNDES (Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social) específica para a área de defesa. Os detalhes, como juros e prazos, serão analisados caso a caso, mas Schneider comemorou o fato de que as condições para exportação tenderão a ser iguais às ofertadas pelos americanos.

    A briga será dura. O nicho almejado pelo KC-390 é ocupado pelo Hércules C-130, produto que voa em várias versões desde 1954. Pelo menos 700 unidades terão de ser aposentadas nos próximos anos, e a fabricante Lockheed Martin tende a baixar o preço de sua mais recente versão, a J.

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