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    Réus em obra de Angra 3, ex-diretores da Eletronuclear são soltos no Rio

    SÉRGIO RANGEL
    DO RIO

    08/04/2017 13h28

    Cinco ex-dirigentes da Eletronuclear foram soltos no final da manhã deste sábado (8) no Rio.

    Presos em julho, os cinco são réus na Operação Pripyat, que investiga fraudes nas obras da usina nuclear de Angra 3. Eles foram beneficiados na sexta (7) por uma decisão do juiz Marcelo Bretas, da 7ª Vara Criminal Federal do Rio.

    De acordo com a Seap (Secretaria de Administração Penitenciária), Luiz Antônio de Amorim Soares, Luiz Manuel Amaral Messias, José Eduardo Brayner Costa Mattos, Edno Negrini e Pérsio José Gomes Jordani deixaram o Complexo de Gericinó às 11h15.

    Soares, Negrini e Jordani eram diretores da Eletronuclear. Já Messias e Mattos foram superintendentes da empresa.

    Eles são acusados de dividir propina. Segundo o MPF, a organização criminosa comandava esquema de fraudes em licitações, corrupção e lavagem de dinheiro em contratos entre Eletronuclear e as empresas Andrade Gutierrez e Engevix para as obras da Usina de Angra 3.

    Os investigadores afirmaram que a quadrilha movimentou até R$ 48 milhões em propinas pagas pela Andrade Gutierrez, o equivalente a 4% de R$ 1,2 bilhão –valor do contrato da construtora nas obras de Angra 3. O custo total da usina é estimado em R$ 14,9 bilhões. O consórcio inclui ainda Odebrecht, Camargo Corrêa, UTC, Queiroz Galvão, MPE e Techint.

    A operação Pripyat é um desdobramento das investigações conhecidas como Eletrolão e Lava Jato. Principal alvo, o almirante Othon Luiz Pinheiro da Silva, ex-presidente da subsidiária Eletronuclear, é acusado de cobrar R$ 12 milhões em propinas, o equivalente a 1% do valor dos contratos da Andrade Gutierrez nas obras da usina de Angra 3.

    Em agosto, o almirante foi condenado a 43 anos de prisão pelos crimes de corrupção, lavagem de dinheiro, evasão de divisas e organização criminosa durante as obras da usina nuclear de Angra 3.

    O nome da operação é uma referência à cidade homônima da Ucrânia, que foi arrasada pelo acidente radioativo de Chernobil.

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