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    Com reformas, Temer se 'autodestruirá perante a população', diz Dilma

    DE SÃO PAULO

    10/04/2017 19h31

    Reprodução/Instagram/brazil_conference
    Dilma Rousseff na MIT&Harvard Brazil Conference. Foto por: @lpinfocus
    A ex-presidente Dilma Rousseff na MIT&Harvard Brazil Conference, nos EUA

    A ex-presidente Dilma Rousseff (PT) afirmou nesta segunda-feira (10) que o governo do presidente Michel Temer (PMDB) vive uma "contradição" com seus projetos de reformas.

    "Se eles não entregarem [as reformas], perdem o apoio de parte da mídia e do mercado. Se entregarem, se autodestroem perante a população", afirmou a petista, em fala na Universidade Brown, em Rhode Island, nos Estados Unidos. "Vai ter eleição em 2018 e eu não conheço nenhum político que seja suicida", completou.

    A estudantes e professores da faculdade americana, Dilma criticou a PEC do teto de gastos, que estabelece um limite para os gastos públicos pelos próximos 20 anos e afirmou que seu impeachment teve como motivo "estancar a 'sangria'" da Operação Lava Jato —referência a fala do senador Romero Jucá (PMDB-RR) revelada em gravação— e "implantar o neoliberalismo no Brasil".

    Dilma também afirmou que "não se pode destruir" as empresas e partidos envolvidos em escândalos de corrupção.

    "Quem corrompeu e quem foi corrompido que pague, mas os partidos têm de sobreviver", afirmou a ex-presidente, que defendeu uma Constituinte exclusiva para fazer reforma política e criticou a "despolitização" da sociedade.

    Ela afirmou que a corrupção não é "um problema exclusivo da classe política". "Não acho que tenha um bando de políticos corruptos e um bando de empresários santos e uma população mais santa ainda", afirmou.

    A petista voltou ainda a se referir a uma possível candidatura do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva à Presidência da República em 2018. "Em 2018, é hora de construir um pacto social. Quem ganhar a eleição ganhou, você tem que reconhecer. O que não vale é tirar no 'tapetão' um candidato que pode ganhar. Vocês sabem de quem eu estou falando."

    No final de semana, na Universidade Harvard, também nos EUA, a ex-presidente afirmou se preocupar com a possibilidade de prisão do petista, investigado no âmbito da Lava Jato.

    Questionada sobre se faria algo diferente em seu segundo mandato para evitar o impeachment, Dilma afirmou que "a mais óbvia" seria ter evitado uma aliança com o PMDB, partido de Temer, que concorreu em 2014 como vice em sua chapa e não teria adotado isenções de impostos.

    "Quando nós estávamos tentando impedir que a crise chegasse ao Brasil, fizemos isenções de impostos, e percebemos que eles não investiram, não criaram empregos, só aumentaram a margem de lucro", afirmou.

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