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    Paes recebeu R$ 16 mi para 'facilitar contratos' olímpicos, dizem delatores

    DE SÃO PAULO

    11/04/2017 19h50 - Atualizado às 21h50

    Marcelo Carnaval - 02.out.2016/Agência O Globo
    O candidato derrotado Pedro Paulo e o prefeito Eduardo Paes tomam chopp após terem votado
    O candidato derrotado Pedro Paulo e o prefeito Eduardo Paes tomam chopp após terem votado

    O ministro do Supremo Tribunal Federal Edson Fachin determinou a abertura de inquérito para investigar o ex-prefeito do Rio de Janeiro Eduardo Paes (PMDB) e o deputado federal Pedro Paulo (PMDB-RJ).

    O pedido se baseia nas delações dos executivos da Odebrecht Leandro Azevedo, Benedicto Jr. e Luiz Eduardo da Rocha Soares.

    Segundo a PGR (Procuradoria-Geral da República), o delator Leandro Azevedo relatou ter repassado R$ 3 milhões de reais a Pedro Paulo para sua campanha a deputado federal em 2010. As transações teriam sido intermediadas por Eduardo Paes, por meio de Benedicto Jr., o BJ.

    Em 2012, teria havido novas solicitações de pagamentos para "a facilitação de contratos relativos às Olimpíadas de 2016". De acordo com os delatores, nessa ocasião foram repassados R$ 16 milhões a Paes, sendo R$ 11 milhões no Brasil e R$ 5 milhões por meio de contas no exterior.

    Já em 2014, segundo o pedido de inquérito, Pedro Paulo teria solicitado pagamento de R$ 300 mil em caixa dois para campanha à prefeitura, sendo o pedido novamente intermediado por Paes. Pedro Paulo concorreu a deputado federal nessa eleição.

    Ainda de acordo com os delatores, o apelidos de Paes nas planilhas da Odebrecht seria "Nervosinho".

    A abertura dos inquéritos não implica culpa dos investigados. A partir da decisão, os investigadores e os advogados apresentam provas para determinar se há indício de autoria do crime ou não.

    Depois disso, o Ministério Público decide se apresenta uma denúncia ou pede o arquivamento do inquérito. Se a denúncia for apresentada e aceita pelo Supremo, o investigado se torna réu e passa a ser julgado pelo tribunal.

    A investigação é uma entre 83 que foram determinadas pelo ministro no dia 4 de abril. Elas haviam sido pedidas no dia 14 de março pelo procurador-geral da República, Rodrigo Janot.

    Eles serão investigados por corrupção passiva, corrupção ativa, lavagem de dinheiro e evasão de divisas.

    OUTRO LADO

    Eduardo Paes afirma que é absurda e mentirosa a acusação de que teria recebido vantagens indevidas por obras relacionadas aos Jogos Olímpicos.

    Ele nega veementemente que tenha aceitado dinheiro para facilitar ou beneficiar os interesses da empresa Odebrecht. E reitera que jamais aceitou qualquer contrapartida, de qualquer natureza, pela realização de obras ou projetos conduzidos no seu governo. Paes ressalta que nunca teve contas no exterior e que todos os recursos recebidos em sua campanha de reeleição foram devidamente declarados à Justiça Eleitoral."

    Já o deputado Pedro Paulo não foi encontrado até o momento para comentar.

    LISTA DE JANOT 2 - Quantidade de filiados, por partido, com investigação autorizada pelo STF

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