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    STF autoriza inquérito para investigar corrupção do governador do RN

    DE SÃO PAULO

    11/04/2017 20h55 - Atualizado às 21h01

    Pedro Ladeira - 5.nov.2014/Folhapress
    BRASILIA, DF, BRASIL, 05-11-2014, 11h00: A presidente Dilma Rousseff cumprimenta o governador eleito de RN Robinson Faria, junto com o presidente do PSD Gilberto Kassab e os ministros Afif Domingos (Micro Empresa), Aloizio Mercadante (Casa Civil) e Ricardo Berzoini (Relações Institucionais) participa de encontro com parlamentares, governadores e vices e demais correligionários do PSD no Palácio do Planalto. (Foto: Pedro Ladeira/Folhapress, PODER)
    Governador do Rio Grande do Norte, Robinson Faria participa de ato no Palácio do Planalto após eleição

    A pedido do procurador-geral da República, Rodrigo Janot, o ministro do STF (Supremo Tribunal Federal), Edson Fachin, autorizou a abertura de inquérito contra o governador do Rio Grande do Norte, Robinson Faria (PSD-RN). Ele foi citado nas delações de Alexandre José Lopes Barradas, Fernando Luiz Ayres da Cunha Reis, Benedicto Barbosa da Silva Júnior, Ariel Parente e José Antonio Pacífico Ferreira, executivos da Odebrecht.

    Procurado, Robinson Faria não comentou.

    Segundo o Ministério Público, o governador, ao lado da prefeita de Mossoró, Rosalba Ciralini (PP), teria recebido R$ 350 mil em contribuições eleitorais em 2010 para facilitar a realização de PPPs (Parcerias Público-Privadas) da Odebrecht Ambiental no Estado. A intenção da empresa seria realizar obras de saneamento básico.

    Além deles, o deputado federal Fábio Faria teria recebido doação de R$ 100 mil da empresa. Fabio Faria é filho do governador. Nas discussões da Odebrecht, eles tinham os codinomes de "Bonitão" e "Bonitinho".

    O inquérito vai investigar se os três políticos cometeram crimes de corrupção passiva e oferecimento de vantagem indevida para funcionários públicos.

    A abertura dos inquéritos não implica culpa dos investigados. A partir da decisão, os investigadores e os advogados apresentam provas para determinar se há indício de autoria do crime ou não.

    Depois disso, o Ministério Público decide se apresenta uma denúncia ou pede o arquivamento do inquérito. Se a denúncia for apresentada e aceita pelo Supremo, o investigado se torna réu e passa a ser julgado pelo tribunal.

    NO RIO

    Fachin também determinou abertura de inquérito contra o deputado federal Julio Lopes (PP-RJ). Ele apareceu nas delações de Marcos Vidigal do Amaral e Benedicto Barbosa da Silva Júnior, da Odebrecht.

    A investigação vai se concentrar nos anos em que Lopes foi secretário do governo estadual do Rio de Janeiro. Como secretário de Transportes e depois, de Obras, ele teria pedido propina a executivo da Queiroz Galvão, construtora que liderava consórcio com participação da Odebrecht para liberação de obras. De acordo com os delatores, as empresas teriam dado R$ 4 milhões ao então secretário e hoje deputado.

    A investigação neste caso também será para averiguar se houve corrupção passiva e oferecimento de vantagem indevida a funcionário público.

    SEM CADUCAR

    Para investigar se houve crime corrupção passiva, lavagem de dinheiro e violação de sigilo funcional, o ministro do STF autorizou a abertura de inquérito contra o deputado federal João Carlos Bacelar (PR-BA). Ele apareceu nas delações de José de Carvalho Filho e João Antonio Pacífico Ferreira, da Odebrecht.

    Para o Ministério Público, Bacelar teria recebido contribuições de campanha atreladas a pedidos para evitar que a Medida Provisória 558 (que dispõe sobre alterações nos limites dos Parques Nacionais da Amazônia, dos Campos Amazônicos e Mapinguari, das Florestas Nacionais de Itaituba I, Itaituba II e do Crepori e da Área de Proteção Ambiental do Tapajós), caducasse.

    Em troca, a empresa fez doações de campanha para o deputado em 2006, 2010 e 2014. Ele teria recebido R$ 200 mil. Em 2006, teria recebido outros R$ 50 mil, mas da Santo Antônio Energia.

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