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    Petista Maria do Rosário recebeu R$ 150 mil sem registro, diz delator

    DANIEL CARVALHO
    DE BRASÍLIA

    11/04/2017 21h44

    Apelidada de "Solução", a deputada Maria do Rosário (PT-RS) recebeu R$ 150 mil do "setor de propinas" da Odebrecht, segundo informou em delação premiada o ex-diretor da Odebrecht Alexandrino Alencar.

    O relator da Lava Jato no STF (Supremo Tribunal Federal), ministro Edson Fachin, autorizou no dia 4 de abril que a deputada seja investigada.

    O procurador-geral da República, Rodrigo Janot, requereu a abertura de inquérito para investigar fatos relacionados Maria do Rosário depois que o delator informou ter construído uma "sistemática de contribuição financeira a campanhas eleitorais com a finalidade de ter um bom relacionamento junto ao cenário político nacional."

    A abertura dos inquéritos não implica culpa dos investigados. A partir da decisão, os investigadores e os advogados apresentam provas para determinar se há indício de autoria do crime ou não.

    Depois disso, o Ministério Público decide se apresenta uma denúncia ou pede o arquivamento do inquérito. Se a denúncia for apresentada e aceita pelo Supremo, o investigado se torna réu e passa a ser julgado pelo tribunal.

    Pedro Ladeira - 19.abr.2013/Folhapress
    A deputada Maria do Rosário (PT)
    A deputada Maria do Rosário (PT)

    "[Alexandrino Alencar] percebeu que a referida parlamentar era importante liderança política no Estado do Rio Grande do Sul. Nesse contexto, em 2010, foi procurado pela então candidata, prestando um auxílio financeiro no montante de R$ 150 mil", diz Fachin, citando o Ministério Público.

    De acordo com o delator, o pagamento foi efetuado pelo setor de operações estruturadas da Odebrecht, o "departamento de propinas" e registrado no sistema de informática "Drousys", que controlava as transações do "banco da propina" da Odebrecht.

    Não houve qualquer registro contábil do repasse financeiro.

    Para a PGR há indícios da prática do crime de omissão ou declaração falsa para fins eleitorais, o que pode ser penalizado com até cinco anos de prisão.

    OUTRO LADO

    A petista afirmou que a medida do STF "é uma mera autorização para apuração dos fatos sobre as delações da Odebrecht." No entanto, completou, "a mera citação de meu nome me deixa indignada."

    "Não me calarei frente a este episódio e não me afastarei um milímetro sequer das causas que acredito e que o nosso trabalho representa. Vou disponibilizar meus sigilos fiscal, bancário e telefônico ao STF tamanha é minha tranquilidade. Meu nome e minha vida não estão à disposição para serem enxovalhados por ninguém em nenhum lugar", disse em nota.

    LISTA DE JANOT 2 - Quantidade de filiados, por partido, com investigação autorizada pelo STF

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