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    Lava Jato

    Delator diz que Odebrecht pagou R$ 400 mil para campanha de Flávio Dino

    DE SÃO PAULO

    12/04/2017 00h53 - Atualizado às 15h37

    Pedro Ladeira/Folhapress
    BRASILIA, DF, BRASIL, 27-06-2014, 17h00: Presidente Dilma Rousseff participa da Convenção Nacional do PC do B, no qual o partido ratificou o apoio à reeleição da presidente, no auditório Nereu Ramos, na Câmara dos Deputados. Ao lado dela o candidato ao governo do Maranhão Flávio Dino, o Ministro do Esporte Aldo Rebelo e o Presidente do PC do B Renato Rabelo. (Foto: Pedro Ladeira/Folhapress, PODER)
    Flávio Dino (PC do B) ao lado de Dilma Rousseff

    Um delator da Odebrecht disse em seu acordo que a empresa deu R$ 400 mil para a campanha de 2010 do então deputado federal Flávio Dino (PC do B-MA) para o governo do Maranhão. Dino perdeu a disputa de 2010, mas na disputa de 2014 foi eleito governador daquele Estado.

    O delator José de Carvalho Filho diz que a doação ilícita foi acertada em 2010. À época, segundo ele, a Odebrecht tinha interesse na aprovação do projeto de lei 2.279, de 2007, que vetava a aplicação no Brasil de leis estrangeiras que afetem o comércio internacional. Um dos temores da Odebrecht é que leis americanas que proíbem investimentos em Cuba fossem adotadas no Brasil. O delator afirma que essa lei "atribuía segurança jurídica a investimentos do grupo Odebrecht".

    O projeto de lei é de coautoria da senadora Vanessa Grazziotin (PC do B-AM), que integra o mesmo partido de Flavio Dino, com outros 32 parlamentares.

    Os recursos de caixa dois, de acordo com o delator, foram entregues ao parlamentar por meio de uma "senha". A prática era frequente no setor de operações estruturadas da Odebrecht, que cuidava do pagamento via caixa dois, da distribuição de propina e de bônus para os executivos da companhia.

    A senha, normalmente, era uma palavra ou expressão que o representante do político tinha de apresentar para o doleiro responsável pelo pagamento.

    OUTRO LADO

    A assessoria de imprensa de Dino afirma que a acusação do delator "é falsa e mentirosa".

    "O então deputado Flávio Dino não recebeu, há sete anos, qualquer contribuição da Odebrecht para sua campanha, nem oficialmente nem por qualquer outro meio", afirma a nota do ex-governador.

    "Flávio Dino também não foi autor do referido Projeto de Lei de interesse da construtora. Como relator do projeto na Comissão de Constituição e Justiça da Câmara, jamais apresentou qualquer parecer pela sua aprovação, justamente por ser contra o seu conteúdo."

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