Dois delatores da Odebrecht envolveram a sobrinha do presidente do Tribunal de Contas da União, Raimundo Carreiro, e o filho do ministro Aroldo Cedraz no caso relacionado à usina de Angra 3.
Segundo depoimento de Henrique Pessoa Mendes Neto e Fabio Gandolfo, Fernanda Carreiro Roxo teria sido contratada pela empreiteira "como contrapartida a facilidades experimentadas, quanto à citada obra, no âmbito do TCU".
Eles também detalham um pagamento de R$ 1 milhão para o advogado Tiago Cedraz Leite de Oliveira. O valor "seria destinado ao seguimento do processo de licitação referente à obra de Angra 3".
Conforme a Procuradoria-Geral da República, Mendes Neto relatou ainda pagamento de R$ 1 milhão ao senador Edison Lobão (PMDB-MA), em 2014.
No despacho, Fachin determina que os depoimentos sejam anexados a um inquérito já em curso que apura irregularidades e pagamento de propina no âmbito das obras da usina.
O STF tornou públicos os documentos relativos à delação da Odebrecht na noite desta terça (11).
OUTRO LADO
A Folha não conseguiu contato com Fernanda Carreiro Roxo. Em nota, o ministro Raimundo Carreiro disse não ter tido acesso ao teor das delações e está "aguardando a disponibilização das imagens, textos e documentos associados ao inquérito para ciência do contexto em que seu nome foi citado".