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    Lava Jato

    Delatores tentam impedir divulgação de vídeos de depoimentos pelo STF

    BELA MEGALE
    CAMILA MATTOSO
    DE BRASÍLIA

    12/04/2017 13h57 - Atualizado às 14h58

    eduardo anizelli/Folhapress
    Sede do grupo Odebrecht em São Paulo

    Advogados de ex-executivos da Odebrecht tentam nesta quarta (12), por meio de um recurso no STF (Supremo Tribunal Federal), impedir que vídeos de depoimentos das delações se tornem públicos.

    Em petições, agravos e mandados de segurança enviados à corte, eles pedem o "não levantamento do sigilo dos áudios que contêm o depoimento prestado" e também que seja "salvaguardada a identidade" dos ex-funcionários.

    Em março, as defesas dos colaboradores do grupo baiano já tinham entrado com pedidos no Supremo para tentar evitar a divulgação. Mas o relator da Lava Jato no STF (Supremo Tribunal Federal), Edson Fachin, decidiu tornar públicas imagens gravadas dos 77 delatores da Odebrecht.

    O ministro acatou um pedido feito pela PGR (Procuradoria-Geral da República) para que os depoimentos sejam divulgados integralmente, ignorando o pedido feito por representantes dos colaboradores.

    Eles embasam o argumento na lei que trata de delações premiadas e dizem que a divulgação pode colocar em risco a segurança de famílias.

    "As consequências dessa divulgação sem que o colaborador tenha tido tempo para tomar as medidas necessárias à preservação de sua segurança e sua família podem ser catastróficas, e os danos, irrecuperáveis. O risco, portanto, é iminente", escreveu a advogada Carla Domênico em nome de Guilherme Pascoal, um dos 77 delatores.

    Dos 77 delatores, 42 entraram com algum pedido para que os depoimentos com suas imagens não sejam divulgados. As defesas anexaram nas petições o acordo de delação assinado com a PGR que previa o sigilo das identidades dos delatores.

    O que é o caixa 2?

    INVESTIGAÇÃO

    O ministro Edson Fachin determinou a abertura de inquérito contra oito ministros do governo Michel Temer (PMDB), 24 senadores e 39 deputados federais. Serão abertas 76 investigações pedidas pela Procuradoria-Geral da República após as delações da Odebrecht.

    Entre os citados estão os presidentes da Câmara, Rodrigo Maia (DEM), e do Senado, Eunício Oliveira (PMDB). Dois dos principais aliados de Temer, Eliseu Padilha (Casa Civil) e Moreira Franco (Secretaria-Geral), também estão na lista, que abrange ainda os senadores Romero Jucá e Renan Calheiros, do PMDB, e Aécio Neves (PSDB).

    No total a relação tem 98 nomes e inclui três governadores e um ministro do Tribunal de Contas da União. Algumas suspeitas da Procuradoria são corrupção, falsidade ideológica, lavagem de dinheiro, fraude e cartel. Fachin remeteu 201 outros casos a tribunais de instâncias inferiores envolvendo citados sem foro no Supremo –entre os mencionados estão os ex-presidentes Lula, Dilma Rousseff e Fernando Henrique Cardoso.

    Os inquéritos iniciam longo trâmite. Investigarão o teor das delações, que precisarão de provas adicionais para tornar-se efetivas. Ainda há as fases de denúncia e do processo, com ampla defesa, antes do julgamento.

    Chamada - A lista de Fachin

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