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    Lava Jato

    Odebrecht deu R$ 500 mil para 'não ter José Dirceu como inimigo', diz delator

    DE SÃO PAULO

    12/04/2017 21h36

    Heuler Andrey-31.ago.15/AFP
    O ex-ministro da Casa Civil José Dirceu, em depoimento da CPI da Petrobras
    O ex-ministro da Casa Civil José Dirceu, em depoimento da CPI da Petrobras

    O relator da Operação Lava Jato no STF (Supremo Tribunal Federal), ministro Edson Fachin, levantou nesta quarta-feira (12) o sigilo sobre os vídeos dos depoimentos dos 77 delatores da empreiteira Odebrecht.

    Fernando Reis, ex-presidente da Odebrecht Ambiental, depôs à PGR (Procuradoria Geral da República) sobre pagamentos orientados por José Dirceu, ex-ministro da Casa Civil na gestão Lula.

    Vídeo

    Segundo o delator, foram feitos pagamentos ao deputado federal Zeca Dirceu (PT-PR), filho do ex-ministro, nas campanhas de 2010 e 2014. Nos dois anos foram repassados R$ 250 mil na forma de caixa 2.

    Reis relatou que os pedidos de "ajuda" foram feitos pelo pai, que não definiu valores. De acordo com o delator, o objetivo dos pagamentos, para a Odebrecht, era "não ter José Dirceu como inimigo".

    Na delação, Reis cita ainda outros pagamentos "orientados" por Dirceu em campanhas eleitorais entre 2008 e 2012.

    O advogado de José Dirceu, Roberto Podval, afirmou que só vai se manifestar após conhecer integralmente o teor da acusação contra o ex-ministro.

    Chamada - A lista de Fachin

    INVESTIGAÇÃO

    O ministro Edson Fachin determinou a abertura de inquérito contra oito ministros do governo Michel Temer (PMDB), 24 senadores e 39 deputados federais. Serão abertas 76 investigações pedidas pela Procuradoria-Geral da República após as delações da Odebrecht.

    Operação Lava Jato

    Entre os citados estão os presidentes da Câmara, Rodrigo Maia (DEM), e do Senado, Eunício Oliveira (PMDB). Dois dos principais aliados de Temer, Eliseu Padilha (Casa Civil) e Moreira Franco (Secreraria-Geral), também estão na lista, que abrange ainda os senadores Romero Jucá e Renan Calheiros, do PMDB, e Aécio Neves (PSDB).

    No total a relação tem 98 nomes e inclui três governadores e um ministro do Tribunal de Contas da União. Algumas suspeitas da Procuradoria são corrupção, falsidade ideológica, lavagem de dinheiro, fraude e cartel.

    Fachin remeteu 201 outros casos a tribunais de instâncias inferiores envolvendo citados sem foro no Supremo –entre os mencionados estão os ex-presidentes Lula, Dilma Rousseff e Fernando Henrique Cardoso.

    Os inquéritos iniciam longo trâmite. Investigarão o teor das delações, que precisarão de provas adicionais para tornar-se efetivas. Ainda há as fases de denúncia e do processo, com ampla defesa, antes do julgamento.

    O que é o caixa 2?

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