• Poder

    Monday, 06-May-2024 01:59:46 -03

    Diante de Temer, Moro recebe medalha concedida pelo Exército

    DE BRASÍLIA

    19/04/2017 13h01

    Com oito ministros investigados no rastro da Operação Lava Jato, o presidente Michel Temer participou nesta quarta-feira (19) de solenidade com o juiz federal Sergio Moro em comemoração ao Dia do Exército.

    Na tribuna de honra, o peemedebista fez questão de cumprimentar o magistrado, mas eles não conversaram e não se sentaram próximos. O presidente foi embora do evento antes do magistrado, que se retirou na sequência.

    O juiz foi um dos agraciados com a medalha de Honra do Mérito Militar, entregue pelo Exército a pessoas que tenham prestado serviços relevantes à nação brasileira.

    A condecoração também foi concedida a militares, políticos, personalidades e juristas, como o apresentador Luciano Huck e os ministros do STF (Supremo Tribunal Federal) Edson Fachin e Luís Roberto Barroso. Os dois últimos não participaram do evento.

    Em discurso no evento, o comandante do Exército, general Eduardo Villas Bôas, afirmou que o país passa por uma "aguda crise moral", expressa, segundo ele, "em incontáveis escândalos de corrupção", que "comprometem o futuro" do país.

    Ele ressaltou ainda que o momento de crise "embaça a percepção" do projeto de nação, que se dispersa "em lutas por interesses pessoais e corporativos sobrepostos aos interesses nacionais".

    Segundo ele, contudo, isso não pode "servir para disputas paralisantes" e a Constituição Federal deve ser respeitada, assim como "os valores da democracia".

    "O momento exige do povo e de suas lideranças a união de propósitos que nos catalise o esforço de regeneração, para restabelecer a esperança", disse. "Não há atalhos fora da Constituição Federal", acrescentou.

    Ao todo, Fachin autorizou a abertura de inquéritos contra oito ministros, 24 senadores e 39 deputados federais, incluindo os presidentes da Câmara e do Senado.

    Como presidente da República, Temer não pode ser investigado por episódios anteriores ao seu mandato. Ele, contudo, é citado em delações premiadas da Odebrecht.

    Em uma delas, é acusado de ter comandado em 2010 reunião em que se acertou o pagamento de US$ 40 milhões de propina de um contrato da empreiteira com a Petrobras.

    O presidente negou ter tratado de valores no encontro em São Paulo.

    Edição impressa

    Fale com a Redação - leitor@grupofolha.com.br

    Problemas no aplicativo? - novasplataformas@grupofolha.com.br

    Publicidade

    Folha de S.Paulo 2024