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    Se governo Temer não der resultado, país terá 'disputa populista', diz Jobim

    DE SÃO PAULO

    24/04/2017 19h30

    Marcelo Camargo -21.jul.2011/Folhapress
    BRASLIA, DF, BRASIL, 21-07-2011, 11h40: MInistro da Defesa, Nelson Jobim (dir.) e o vice-presidente Michel Temer (esq.) participam no campo de instruo de Formosa (GO), de demonstrao de lanamento de foguetes "Terra - Terra, fabricados pela Avibras. (Foto: Marcelo Camargo/Folhapress, PODER)
    O ex-ministro Nelson Jobim e o então vice-presidente Michel Temer, em foto de 2011

    Se o governo do presidente Michel Temer não apresentar resultados, o país corre o risco de cair em uma onda populista, segundo o ex-ministro da Defesa e da Justiça Nelson Jobim.

    "Se não tivermos resultado com o governo Temer, e deveremos ter, evidentemente vamos jogar em uma disputa populista de radicalizações em 2018, porque não haverá base de discurso para uma sucessão", disse Jobim em evento em São Paulo nesta segunda-feira (24).

    Questionado se as atuais pesquisas eleitorais já demonstram uma onda de populismo, Jobim afirmou que, no caso do deputado Jair Bolsonaro, sim.

    "O Lula já tem uma história anterior, já demonstrou que não é isso. Lula tem uma dimensão eleitoral. Bolsonaro poderá crescer, mas creio que não vá desenvolver muito. Mas se não tivermos nada de resultado até 2018 do governo Temer, nós poderemos ter problemas de populismo."

    Por "resultado" do governo Temer, Jobim se refere a melhora na economia e aprovação de reformas.

    Ele negou ter sido colocado como um dos emissários de um possível acordo que reuniria os ex-presidentes Fernando Henrique Cardoso, Lula e o presidente Temer.

    Em novembro do ano passado, quando a Lava Jato mostrou poder para atingir novos setores políticos e econômicos, emissários começaram a costurar um acordo entre os presidentes.

    O objetivo era que os três liderassem um pacto para a classe política, fragilizada pelo avanço das investigações.

    "Eu não sei de onde tiraram isso. Eu estava viajando para os Estados Unidos quando se falou sobre isso. Não tem esse diálogo", disse.

    Jobim ressalvou, porém, que considera importante ter um diálogo, não necessariamente entre este três nomes, mas "entre a classe política", para que seja mantida uma "disputa eleitoral razoável".

    Nelson Jobim minimizou a importância da Lava Jato na costura deste eventual acordo político.

    "Os atingidos, os que estão citados naquelas listas, são 14% do Congresso, as lideranças", afirma.

    Na previsão do ex-ministro, vai haver substituições de lideranças. "Isso é normal. O catastrofismo não vai ajudar em nada."

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