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    FHC minimiza chances de Lula em corrida presidencial de 2018

    DE SÃO PAULO

    24/04/2017 21h14

    Eduardo Anizelli - 25.abr.2016/Folhapress
    Fernando Henrique Cardoso na sede de seu instituto, em SP
    Fernando Henrique Cardoso na sede de seu instituto, em SP

    O ex-presidente Fernando Henrique Cardoso minimizou as chances do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva nas pesquisas eleitorais para a presidência.

    "Primeiro precisamos ver se é isso mesmo. Pesquisa fora de época não é pesquisa, é projeção no vazio", disse, em evento em São Paulo nesta segunda-feira (24).

    Ele afirma que, se for verdade todas as acusações que estão sendo feitas contra o ex-presidente Lula, seus concorrentes teriam uma forte arma para combatê-lo.

    "Isso vira uma arma de campanha e afeta também a reputação. Eu ganhei do Lula duas vezes e não acho que ele seja um bicho papão."

    Questionado se considera que Lula vai murchar nas pesquisas, Fernando Henrique disse que acreditar que os outros é que crescerão.

    POPULISMO

    O ex-presidente falou também sobre a ameaça de crescimento do populismo no Brasil após a eleição do americano Donald Trump.

    Para ele, o populismo americano e o europeu são diferentes do brasileiro. "O nosso sempre foi mais progressista. O de lá é mais fechado. Mas o protecionismo dele, esse é perigoso. É um certo isolacionismo americano."

    Ele disse acreditar que o Brasil deveria tirar proveito de um eventual encolhimento americano para se expandir na região, procurando o México e países que estavam ligados ao Tratado Transpacífico.

    REFORMA TRABALHISTA

    A jornalistas, Fernando Henrique respondeu também sobre o que faria se a reforma trabalhista estivesse em suas mãos.

    "Se não tiver a flexibilidade, você não pode nem reduzir a jornada de trabalho. Ela é fixa." Na opinião do ex-presidente, o mundo contemporâneo não é mais compatível com esse tipo de regra.

    "Isso quer dizer que não se deve dar proteção ao trabalhador? Não, tem que dar. Quem está exercendo o poder tem que ter o papel mediador neste processo", diz.

    Sobre a possibilidade de Temer aprovar a reforma da Previdência, Fernando Henrique Cardoso demonstrou ceticismo. "Nenhum presidente consegue tudo o que deseja. Eu não consegui. Mas a gente consegue alguma coisa."

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