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    Lava Jato

    Área motivou propina a petistas, segundo delatores

    BELA MEGALE
    CAMILA MATTOSO
    DE BRASÍLIA

    30/04/2017 02h00

    Acervo Odebrecht
    Obras de complexo hidrelétrico em Lauca, em Angola, onde a Odebrecht batalha para manter operação
    Obras de complexo hidrelétrico em Lauca, em Angola, onde a Odebrecht batalha para manter operação

    Nos depoimentos do acordo de colaboração da Odebrecht que se tornaram públicos, os donos da empresa Marcelo e Emílio Odebrecht relataram um suposto pagamento de propina relacionado ao aumento de uma linha de crédito para obras em Angola junto ao BNDES (Banco Nacional do Desenvolvimento Econômico e Social).

    O fato narrado aconteceu, segundo os delatores, em 2010 e beneficiou integrantes do governo do ex-presidente Lula. A empresa queria usar o dinheiro para financiar contratos que tinham acertado no país. Os empreiteiros relataram que o valor liberado pelo governo brasileiro foi de US$ 1 bilhão após acerto de propina de US$ 36 milhões.

    O dinheiro, dizem os delatores, foi repassado à conta "Italiano", atribuída ao ex-ministro Antônio Palocci, e parte dele foi usada na campanhas de Gleisi Hoffmann (PT-PR) em 2010 (Senado) e 2014 (governo do Paraná).

    "O [então ministro] Paulo Bernardo, indicado pelo Lula para tratar disso, pediu para mim US$ 40 milhões para que a linha de crédito fosse para US$ 1 bilhão", contou Marcelo aos procuradores.

    O empreiteiro relatou ainda que concordou com o pedido e combinou um abatimento do valor com Palocci –por causa de taxas operacionais. Assim, a propina acertada foi de US$ 36 milhões, na época cerca de R$ 64 milhões, segundo Marcelo, que está preso em Curitiba.

    Gleisi e Bernardo negam as acusações. A defesa de Palocci vem negando que o codinome "Italiano" se refira ao ex-ministro.

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