• Poder

    Thursday, 26-Dec-2024 11:57:16 -03

    Em nota, CNBB critica 'barganha sem escrúpulos' na política nacional

    ANNA VIRGINIA BALLOUSSIER
    ENVIADA ESPECIAL A APARECIDA (SP)

    04/05/2017 16h50

    Alan Marques - 2.fev.2015/ Folhapress
    Dom Leonardo Steiner, secretário-geral da CNBB
    Dom Leonardo Steiner, secretário-geral da CNBB

    Contra "agentes públicos e privados que ignoram a ética e abram mão dos princípios morais", a CNBB (Conferência Nacional dos Bispos do Brasil) divulgou nesta quinta-feira (4) "O Grave Momento Nacional".

    Trata-se de um texto em que a principal entidade católica do país ataca "a relação promíscua entre interesses públicos e privados, razão primeira dos escândalos de corrupção".

    "É preciso construir uma democracia verdadeiramente participativa. Dessa forma se poderá superar o fisiologismo político que leva a barganhas sem escrúpulos."

    O documento foi lido por dom Leonardo Steiner, secretário-geral da CNBB, no último dos dez dias da 55ª Assembleia-Geral da entidade.

    Nele não há citações à Operação Lava Jato, mas críticas ao quadro político nacional encharcam o conteúdo.

    Em nota anterior, os bispos já haviam alvejado a reforma previdenciária proposta por Michel Temer. "Os direitos sociais do Brasil foram conquistados com intensa participação democrática; qualquer ameaça a eles merece imediato repúdio", dizia o texto.

    A nova nota oficial pede uma "profunda reforma do sistema político" e pede cautela com "salvadores da pátria".

    "Com o exercício desfigurado e desacreditado da política, vem a tentação de ignorar os políticos e os governantes, permitindo-lhes decidir os destinos do Brasil a seu bel prazer. Desconsiderar os partidos e desinteressar-se da política favorece a ascensão de salvadores da pátria."

    A "economia globalizada" é descrita como "um verdadeiro suplício para a maioria da população brasileira", por dar "primazia ao mercado em detrimento da pessoa humana e ao capital em detrimento ao trabalho, quanto deveria ser o contrário".

    O Estado, segundo o texto, não deve se submeter ao mercado.

    Edição impressa

    Fale com a Redação - leitor@grupofolha.com.br

    Problemas no aplicativo? - novasplataformas@grupofolha.com.br

    Publicidade

    Folha de S.Paulo 2024