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    Juiz determina reintegração de local onde MST faz acampamento pró-Lula

    JOSÉ MARQUES
    DE CURITIBA

    09/05/2017 20h27

    Taba Benedicto/Folhapress
    Integrantes do MST acampam em um terreno ao lado da rodoviária de Curitiba para aguardar depoimento do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva, na Justiça Federal de Curitiba. O grupo iniciou a montagem na madrugada desta terça-feira (9) e pretende permanecer até após o depoimento.
    Integrantes do MST acampam em um terreno em Curitiba para aguardar depoimento do ex-presidente

    Um juiz do Tribunal Regional Federal da 4ª Região, em Porto Alegre, determinou liminarmente nesta terça-feira (9), a reintegração de posse de parte do terreno onde o MST montou acampamento para fazer atos em defesa do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva, em Curitiba.

    O petista depõe ao juiz Sergio Moro nesta quarta-feira em ação em que é réu na Operação Lava Jato.

    A área pertence à empresa All América Latina Logística Malha Sul. A decisão, que serve como mandado judicial, foi tomada nesta noite e com determinação de urgência pelo magistrado.

    A empresa entrou com ação contra o MST, argumentando que "as pessoas que pretendem participar do protesto estão chegando cada vez em maior número à nossa cidade e acabaram por se apropriar indevidamente de área da União para montar o seu 'acampamento'".

    Segundo a União, os manifestantes só poderiam ocupar a área se não ficassem próximos aos locais de manobra dos trens – o que não ocorreu.

    "A referida área é operacional, afeta o bom desenvolvimento das atividades ferroviárias de transporte de carga da quais a autora é concessionária. Os réus invadiram, sem qualquer autorização, o pátio ferroviário localizado na Rodoferroviária de Curitiba", disse a empresa.

    Na decisão, o juiz Friedmann Wendpap argumentou que "o ponto maior de preocupação externado pela ALL é a própria segurança dos manifestantes, dentre os quais há crianças, considerando que se trata de área em que os trens fazem manobras e outras operações de execução essencialmente perigosa".

    No momento, no entanto, não há trens no local.

    O magistrado pediu a instalação de uma cerca física para separar os manifestantes dos trilhos e "a retirada dos invasores da área operacional da autora"

    A decisão foi enviada à Secretaria de Segurança do Paraná. O MST ainda pode recorrer.

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    COMO SERÁ A AUDIÊNCIA - O início está marcado para as 14h; não há previsão para término

    (articleGraphicCredit)..

    O Apartamento

    Os outros réus do tríplex

    Os próximos passos da ação

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    O QUE DIZ A DEFESA DE LULA

    > Nega as acusações e diz ser vítima de "lawfare", o uso de leis como "arma para perseguir e destruir um inimigo"

    > A família do ex-presidente nunca recebeu as chaves nem ocupou o tríplex. Marisa Letícia havia comprado a partir de 2005 cotas de um apartamento no prédio, à época sob responsabilidade da cooperativa Bancoop, e desistiu do negócio antes de tomar a posse depois que a OAS incorporou o condomínio. Lula só esteve uma vez no local e não concretizou a aquisição do apartamento

    > O tríplex é da própria empreiteira, que utiliza o imóvel para obter empréstimos e pagar credores em processo de recuperação judicial

    > Sobre o armazenamento de bens, Lula nunca participou da contratação da empresa responsável e que os materiais eram um acervo presidencial, e não objetos privados

    > O testemunho de pessoas que negociam delação premiada não é válido

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