• Poder

    Sunday, 05-May-2024 09:33:06 -03

    Lava Jato

    Empresário confirma lavagem de dinheiro de ex-primeira-dama do Rio

    ITALO NOGUEIRA
    DO RIO

    10/05/2017 16h59

    Ricardo Borges/Folhapress
    Adriana Ancelmo, mulher do ex-governador Sergio Cabral, chega em sua residência, no Leblon
    Adriana Ancelmo, mulher do ex-governador Sergio Cabral, chega em sua residência, no Leblon

    O empresário Luiz Alexandre Igayara afirmou nesta quarta-feira (10) que emitiu notas frias em nome do escritório da ex-primeira-dama do Rio Adriana Ancelmo. Ele disse que pagou à empresa R$ 2,5 milhões sem a prestação de serviços.

    Igayara firmou acordo de colaboração premiada com o Ministério Público Federal e foi o primeiro a confirmar à Justiça o uso do escritório de Ancelmo no esquema do ex-governador Sérgio Cabral (PMDB).

    O empresário disse que recebia em dinheiro o valor em sua empresa, a Reginaves (Frangos Rica) entre 2012 e 2014. Por vezes, o montante era transportado em carros-fortes da empresa Trans-Expert para a sede da empresa.

    A guarda de valores já havia sido citada pelo ex-secretário Hudson Braga. Ele afirmou que recursos de caixa dois de campanha do governador do Rio, Luiz Fernando Pezão (PMDB), ficavam guardados no cofre da Trans-Expert.

    Igayara disse ao juiz Marcelo Bretas, responsável pela operação Lava Jato no Rio, que Cabral caracterizava o dinheiro como "sobras de campanha".

    "Ele sempre falou [que era sobra de campanha]. Ele me pediu quando fui reclamar de uma autuação da Receita", disse o empresário, que afirmou sempre ter tratado do ato ilícito com o ex-governador.

    Ancelmo negou em depoimento que tenha cometido qualquer crime. Ela disse que prestou serviços à Reginaves, por meio de reuniões, pareceres e análise de documentos.

    "A empresa tinha muitos passivos trabalhistas. Em 2012, reorganizamos a empresa para sanar o problemas. Em 2014, o serviço tinha como objetivo sanar essas passivos uma vez que isso estava afastando interessados em comprá-la", disse Adriana Ancelmo.

    A ex-primeira dama negou com veemência a Bretas participação no esquema criminoso descrito pelo MPF.

    "Nenhum empresário, operador ou o que for pode dizer que lavou dinheiro através do meu escritório. Jamais tive participação ou conhecimento sobre onque supostamente foi realizado", disse ela.

    A suposta lavagem de dinheiro também é alvo de outra ação penal que envolve o empresário Eike Batista. A EBX repassou R$ 1 milhão à firma em 2011. Para a procuradoria, a movimentação refere-se a pagamento de propina. Ela também negou crime na operação.

    Fale com a Redação - leitor@grupofolha.com.br

    Problemas no aplicativo? - novasplataformas@grupofolha.com.br

    Publicidade

    Folha de S.Paulo 2024