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    Lava Jato

    Santana diz que negociou campanha com ex-senador dentro de sauna

    CAMILA MATTOSO
    RUBENS VALENTE
    BELA MEGALE
    LETÍCIA CASADO
    DE BRASÍLIA

    11/05/2017 17h14

    Heuler Andrey - 23.fev.2016/FolhaPress
    CURITIBA,PR, BRASIL, 23.02.2016 - CHEGADA DE JOAO SANTANA NO PR: Joao Santana preso na 23 fase da Operacao Lava-Jato denominada de Acaraje chega no IML em Curitiba-PR para realizar exame do corpo de delito. Foto: Heuler Andrey/FolhaPress PODER ***Exclusivo***
    João Santana chegou a ser preso pela Lava Jato em 2016

    Em sua delação premiada, João Santana afirmou ao Ministério Público Federal que negociou com Delcídio do Amaral na sauna da casa do político, em Campo Grande (MS), em 2002.

    Delcídio à época ainda era secretário de Infraestrutura do Mato Grosso do Sul, filiado ao PT. Ele foi senador de 2003 até 2016, quando teve seu mandato cassado.

    "Durante a negociação, na casa de Delcídio do Amaral, João Santana foi convidado, de forma inusitada, a conversar dentro da sauna, pois claramente Delcídio visava preservar informações quanto a valores e forma de pagamento", diz trecho do resumo da colaboração do publicitário.

    O marqueteiro relatou ao Ministério Público que dentro da sauna disse ao candidato que sua mulher, Mônica Moura, era a única pessoa que poderia discutir questões de pagamento, pois ele só cuidava das áreas criativa e estratégica.

    Ainda de acordo com a versão do casal, Delcídio exigiu como condição para assinar um contrato que parte do pagamento fosse por transferência em conta no exterior, por não ter como justificar o valor para o TSE (Tribunal Superior Eleitoral).

    A quantia acertada foi de R$ 4 milhões, sendo R$ 2 milhões declarados e R$ 2 milhões em uma transferência em contas no exterior, de uma offshore, localizada em paraíso fiscal, para outra na Suíça.

    Segundo a delação, o pagamento foi efetuado logo após o término da campanha, em outubro ou novembro de 2002.

    Os vídeos com os depoimentos de João Santana e sua mulher, Mônica Moura, ainda não foram disponibilizados pelo Supremo. O material estava em sigilo até esta quinta-feira (11).

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