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    Espetacular, ação é a mais usada em filmes

    MARIO CESAR CARVALHO
    DE SÃO PAULO

    18/05/2017 02h00

    Pedro Ladeira - 25.ago.2016/Folhapress
    BRASILIA, DF, BRASIL, 25-08-2016, 09h00: O senador Aecio Neves (PSDB-MG). Sessão para votação do julgamento final do processo de impeachment da presidente afastada Dilma Rousseff, no plenário do senado. O presidente do STF Ministro Ricardo Lewandowski preside a sessão. (Foto: Pedro Ladeira/Folhapress, PODER)
    O senador Aécio Neves (PSDB-MG)

    Gravação da voz do presidente da República dizendo que é bom calar o ex-deputado Eduardo Cunha com uma mesada. Imagens de um assessor recebendo R$ 500 mil em mala. Dinheiro com chip para que a polícia possa seguir o caminho das notas.

    A tudo isso é dado o nome de ação controlada, uma forma tão espetacular de investigação policial que é a mais usada no cinema.

    Esse tipo de ação ocorre quando um criminoso, réu ou suspeito aceita coletar provas para a polícia, com a supervisão direta, apoio tecnológico e eventual intervenção das autoridades policiais no processo.

    O suspeito não faz isso de graça. A coleta de provas faz parte de um acordo de delação no qual o investigado terá benefícios, como um tempo menor de prisão ou mesmo a extinção da pena.

    Esse tipo de apuração está prevista na nova lei de organização criminosa, a de número 12.850 de 2013.

    A ação controlada é pouco utilizada pela polícia porque há riscos óbvios para o investigado e há temor de que a prova seja anulada pela Justiça e exige um aparato tecnológico e um grau de conhecimento que, talvez, só a Polícia Federal tenha no Brasil.

    No caso da JBS, a Polícia Federal colocou chip nas mochilas que carregaram o pacote de cédulas dos R$ 2 milhões pedidos pelo senador Aécio Neves (PSDB-MG) para pagar seu advogado e seguiu as notas eletronicamente.

    Como os chips emitem sinais, a PF conseguiu monitorar o caminho das malas de São Paulo até Belo Horizonte, onde as cédulas foram depositadas em uma empresa de um filho do senador Zezé Perrela (PMDB-MG).

    É a primeira vez que a Operação Lava Jato recorre a esse tipo de ação para produzir provas. Já ocorreram outras gravações, como as feitas pelo filho de Nestor Cerveró, ex-diretor da Petrobras, e pelo ex-senador Delcídio do Amaral, mas não havia a participação da polícia.

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