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    Bolsonaro afirma que praticava garimpo de ouro nos anos 1980

    RUBENS VALENTE
    DE SÃO PAULO

    18/05/2017 02h00

    Ricardo Borges/Folhapress
    Rio de Janeiro, Rj, BRASIL. 10/03/2017; Retrato do deputado Jair Bolsonaro em clube de subtenentes e sargentos do exército na cidade do Rio de Janeiro. ( Foto: Ricardo Borges/Folhapress)
    Deputado Jair Bolsonaro em clube de subtenentes e sargentos do exército na cidade do Rio de Janeiro

    O deputado federal e presidenciável Jair Bolsonaro (PSC-RJ) afirmou que costuma praticar garimpo de ouro manual com bateia, mas seu nome não está registrado no órgão responsável por autorizar a prática, controlada pelo DNPM (Departamento Nacional de Produção Mineral).

    A declaração foi dada em em Brasília na terça (16). O parlamentar recebeu a Folha para falar de reportagens sobre seu passado no Exército.

    Bolsonaro disse que não cometeu crime ao garimpar nos anos 1980. A atividade, feita na Bahia durante férias, levou o oficial superior a deixar registrado na ficha do subordinado um comentário negativo sobre a conduta.

    O deputado disse que não cometeu ilegalidade na época e que ainda garimpa. "O garimpo, de vez em quando, eu pratico ainda. Não causo nenhum crime ao meio ambiente. O garimpo é um negócio que está no sangue das pessoas", disse o deputado.

    O DNPM informou que o nome de Bolsonaro não consta na relação de 2.955 pessoas e cooperativas que têm autorização para lavra garimpeira.

    O órgão afirmou que a pessoa que garimpa sem autorização pode estar praticando crimes de usurpação e contra o meio ambiente, passível de condenação com penas de detenção de seis meses a um ano, mais multa.

    Na entrevista, Bolsonaro foi indagado se tinha autorização para o garimpo, e não respondeu. Na quarta (17), a Folha enviou uma mensagem eletrônica com a mesma pergunta, mas não houve resposta até a conclusão desta edição.

    Na entrevista, o parlamentar também defendeu que um oficial militar do Exército "que quiser cometer uma transgressão disciplinar, como eu cometi, que cometa".

    Nos anos 1980, ele admitiu em depoimento indisciplina e deslealdade ao escrever um artigo no qual pediu aumento salarial e por isso foi julgado culpado por um Conselho de Justificação. Em recurso ao STM (Superior Tribunal Militar), ele foi absolvido por oito votos a quatro.

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