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    Lava Jato

    STF afasta Aécio Neves do Senado; irmã é presa

    BELA MEGALE
    CAMILA MATTOSO
    RUBENS VALENTE
    DE BRASILIA

    18/05/2017 06h49 - Atualizado às 13h07
    Erramos: esse conteúdo foi alterado

    Alan Marques - 4.out.2016/Folhapress
    O senador Aécio Neves, do PSDB

    O STF (Supremo Tribunal Federal) decidiu afastar do cargo o senador mineiro Aécio Neves, presidente nacional do PSDB e que aparece, segundo reportagem, em gravação pedindo R$ 2 milhões a donos do frigorífico JBS, que negociam delação premiada.

    Também foi afastado, a pedido da Procuradoria-Geral da República, o deputado Rocha Loures (PMDB-PR), um dos assessores mais próximos do presidente Michel Temer e que teria sido filmado recebendo uma mala de R$ 500 mil.

    A irmã do senador, Andrea Neves, e o primo, Frederico Pacheco de Medeiros, foram presos. Segundo as investigações, Medeiros recebeu o dinheiro que o empresário Joesley Batista direcionou a Aécio.

    Também foram presos uma irmã de Lúcio Bolonha Funaro, chamada Roberta, além de um assessor do senador Zezé Perrella (PMDB-MG). Funaro é apontado como operador de Eduardo Cunha.

    Outro detido é o procurador da República Ângelo Goulart Vilela, do TSE (Tribunal Superior Eleitoral), suspeito de se infiltrar em investigação relacionada ao frigorífico.

    A Procuradoria chegou a pedir a prisão de Aécio, mas o ministro Edson Fachin, relator da Lava Jato, negou o pedido de prisão contra o senador. O caso só será levado para deliberação do plenário do STF se houver um recurso da PGR, o que não ocorreu até momento. Na decisão de Fachin, o ministro determinou ainda que ele não mantenha contato com outros investigados e o proibiu de deixar o país.

    Operação Patmos - Alvos de mandado de prisão nesta quinta-feira (18/05)

    Policiais federais chegaram às 6h na casa de Aécio em Brasília, que fica no Lago Sul, uma das regiões mais nobres da cidade. O advogado de Aécio, José Eduardo Alckmin, está no local, mas ainda não há confirmação de que o senador esteja lá.

    O procurador-geral da República, Rodrigo Janot, telefonou para o presidente do senado, Eunício Oliveira (PMDB-CE), pouco antes das 6h para informá-lo de que era preciso fazer a operação. Acertaram que a polícia legislativa acompanharia os policiais federais.

    Residências de Aécio em Brasília, Rio e Belo Horizonte foram alvo de busca e apreensão, além de imóveis e gabinetes Perrella, Rocha Loures e Altair Alves, conhecido por ser braço direito do deputado Eduardo Cunha.

    A PF está fazendo buscas no Congresso e na casa do coronel João Baptista Lima Filho, ligado a Temer.

    Alessandro Buzas/Futura Press/Folhapress
    Equipe da PF em frente ao prédio onde mora o senador Aécio Neves em Ipanema, no Rio
    Equipe da PF em frente ao prédio onde mora o senador Aécio Neves em Ipanema, no Rio

    DELAÇÃO

    Aécio e Rocha Loures foram citados pelo empresário Joesley Batista, um dos donos do grupo J&F, proprietário do frigorífico JBS. A informação foi dada pelo colunista Lauro Jardim, do jornal "O Globo", e confirmada pela Folha.

    Joesley e seu irmão Wesley foram ao gabinete do ministro do Supremo Tribunal Federal Edson Fachin para selar um acordo de delação premiada na última quarta (10).

    A delação aponta que Temer destacou o deputado federal para intermediar interesses do grupo empresarial no Cade, órgão de defesa da concorrência. Desde 2011, ele trabalha com o presidente, quando Temer foi eleito vice na chapa de Dilma Rousseff. Rocha Loures, na época, era chefe de Relações Institucionais da Vice-Presidência.

    Loures foi filmado recebendo uma mala com R$ 500 mil enviados por Joesley.

    Na mira da JBS

    Aécio Neves também foi gravado pedindo R$ 2 milhões a Joesley para pagar sua defesa na Lava Jato.A quantia foi entregue posteriormente a um primo do tucano, em ação filmada pela PF.

    A delação da JBS também menciona o ex-ministro da Fazenda Guido Mantega como contato da companhia com o PT.

    A JBS esteve na mira de investigações da Polícia Federal em diferentes frentes desde 2016. Na sexta-feira (12), a PF deflagrou operação sobre supostas irregularidades na concessão de empréstimos do BNDES. O juiz responsável, Ricardo Leite, de Brasília, negou um pedido de prisão contra os donos da empresa.

    Camila Mattoso/Folhapress
    Policiais federais cumprem mandado no gabinete do deputado Rocha Loures (PMDB-PR)
    Policiais federais cumprem mandado no gabinete do deputado Rocha Loures (PMDB-PR)

    Cronologia da delação da JBS

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