Ed Ferreira - 4.nov.2015/Folhapress | ||
O deputado Carlos Sampaio, durante entrevista coletiva em novembro de 2015 |
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Poder
Monday, 06-May-2024 00:34:15 -03Carlos Sampaio substituirá Aécio Neves na presidência do PSDB
LUCAS VETTORAZZO
ANGELA BOLDRINI
DE BRASÍLIA18/05/2017 13h52 - Atualizado às 16h35
O deputado tucano Carlos Sampaio (SP) será o substituto de Aécio Neves na presidência do PSDB. A informação foi anunciada na tarde desta quinta-feira (18) pelo líder do partido na Câmara, Ricardo Trípoli.
Aécio deve comunicar nas próximas horas a sua licença da direção do partido. Nesse caso, segundo regulamento do PSDB, o nome de um dos vice-presidentes do partido é escolhido pela bancada federal, que escolheu por Sampaio, que já foi líder da bancada tucana na Câmara.
Mais adiante, o diretório nacional se reunirá para referendar o nome. Em caso de rejeição, eleições serão convocadas.
Trípoli também afirmou que se as denúncias que recaem sobre o presidente Michel Temer forem confirmadas, os tucanos desembarcarão do governo.
Aliado de primeira hora na condução das reformas, o PSDB tem atualmente quatro ministérios no governo, que podem ser devolvidos, segundo o líder da bancada tucana.
Temer foi gravado por Joesley Batista, um dos sócios da empresa de alimentos JBS, em conversa onde supostamente teria dado aval para a compra do silêncio do ex-deputado Eduardo Cunha.
A informação foi revelada na noite desta quarta-feira (17) e colocou o país em uma espiral de incerteza. A oposição já protocolou pedido de impeachment, enquanto aliados falavam abertamente em eleições indiretas.
O senador Aécio Neves (PSDB-SP) também teria sido citado nas gravações e deve deixar a presidência do PSDB. No entanto, Sampaio participou de reunião com senadores na casa de Aécio em Brasília na tarde desta quinta e afirmo que seu nome é "apenas uma sugestão da bancada".
Além disso, o ministro das Relações Exteriores, Aloysio Nunes, afirmou na saída da reunião que a decisão de Aécio deixar a presidência do partido "cabe apenas a ele". Os senadores ficaram reunidos com ele por cerca de duas horas, das 13h às 15h.
PARTIDO EM DÚVIDA
Até os desdobramentos da manhã desta quinta, o PSDB era integrante inconteste do governo Temer– o partido continua no governo, mas com a promessa de desembarque em caso de comprovação de possíveis irregularidades do presidente.
O ministro tucano da Secretaria de Governo da Presidência, Antônio Imbassahy, é o responsável pela interlocução do governo com o parlamento, embora na prática outros ministros também façam esse papel.
Imbassahy foi convidado a assumir o lugar do peemedebista Geddel Vieira Lima, afastado em novembro, num gesto visto na ocasião como um aceno aos tucanos de que sua importância no governo estaria aumentando.
Nesta quinta-feira (18), o líder da bancada tucana na Câmara, Ricardo Trípoli, afirmou que o partido aguardará a apuração das denúncias contra o presidente para decidir o seu futuro no governo.
"Estamos aguardando [o desenrolar das negociações]. Solicitamos a quebra do sigilo [da delação de Joesley Batista], para que a gente possa ter a comprovação, com fotografias, áudios e gravações, com a materialidade da chamada investigação. Se essa investigação tiver procedimento, a bancada federal do PSDB solicita que os ministros saiam do governo", disse.
Além de Imbassahy, ocupam ministérios no governo: Aloysio Nunes, Relações Exteriores, Bruno Araújo, Cidades, e e Luislinda Valois, Direitos Humanos.
O ministro do STF Alexandre de Moraes, indicado ao cargo por Temer em fevereiro, chegou a ocupar o ministério da Justiça antes de vestir a toga e era uma das cotas do PSDB no governo.
O senador José Serra ocupou a vaga que hoje é de Aloysio Nunes. Serra deixou o Itamaraty em fevereiro alegando problemas de saúde.
Ainda não está 100% definido se o PSDB irá ou não desembarcar do governo de Michel Temer. Aloysio negou nesta quinta-feira, após reunião de senadores tucanos na casa de Aécio Neves em Brasília, que o partido desembarcará do governo.
O ministro não quis comentar o inquérito aberto contra o presidente e as especulações a respeito de uma possível renúncia.
Mais cedo, o deputado Silvio Torres (SP), secretário geral do partido, havia declarado que a saída não era considerada– "como vamos ajudar fora do governo?", disse.
Sua fala ocorreu no fim da manhã, antes, portanto, de reuniões das bancadas tucanas na Câmara e no Senado. Ao fim da reunião na Câmara, contudo, o líder da bancada garantiu que "se comprovadas as denúncias", o partido abandonaria o governo.
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