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    Lava Jato

    Procurador preso defendeu '10 medidas contra a corrupção'

    WÁLTER NUNES
    DE SÃO PAULO

    18/05/2017 15h47

    Danilo Verpa/Folhapress
    Joesley Batista, dono da JBS, concede entrevista a Folha na sede da empresa em São Paulo.
    Ângelo Goulart Vivela é acusado de passar informações de investigação a Joesley Batista (foto), da JBS

    O procurador da República Ângelo Goulart Vivela, preso nesta quinta (18) acusado de repassar informações da Operação Greenfield a Joesley Batista, sócio da JBS e investigado no caso, discursou no plenário da Câmara dos Deputados defendendo o projeto das "10 medidas contra a corrupção", idealizado por procuradores da força-tarefa da Lava Jato.

    Vilela falou aos congressistas em 22 de junho do ano passado e defendeu mudanças na lei eleitoral e o endurecimento no combate ao caixa dois de campanha. O discurso de Vilela durou menos de cinco minutos e ele começou cumprimentando os parlamentares e seu "estimado amigo Deltan Dallagnol", coordenador da Lava Jato no Ministério Público Federal.

    O procurador, que atua no TSE (Tribunal Superior Eleitoral), discorreu sobre a medida número oito do pacote, que trata da criminalização do caixa dois e a responsabilização dos partidos políticos.

    "É chamar a responsabilidade daqueles que utilizam a veia criminosa para se aferir um lucro não só financeiro, mas como de abarcar nossa democracia", disse Vilela.

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    Ele propôs alteração da lei orgânica nacional dos partidos para que as legendas sejam responsabilizadas por atos civis, administrativos e eleitorais e por atos de corrupção. Também defendeu que as agremiações políticas sejam responsabilizadas por atos de movimentação financeira paralela, o caixa dois de campanha.

    "Nós temos (que responsabilizar os partidos) pela dissimulação, pela ocultação de bens e valores provenientes de crime ou de ilícitos eleitorais, em especialmente recursos de fontes vedadas e recursos não contabilizados", disse o procurador.

    "Precisamos, caros colegas, verificar que quando nós vemos doações eleitorais oficiais que estão dissimulando um pagamento de propina é preciso atentar para esse fato. É preciso que não só quem está pagando a propina seja punido, mas sobretudo aquele partido ou aquele candidato que esteja recebendo também o seja."

    Vilela também pregou alteração nas leis das eleições, na questão da prestação de contas, "possibilitando a responsabilidade criminal que hoje ainda é inexistente nessa forma típica dos candidatos e dos gestores financeiros de partidos políticos e coligações".

    O procurador pediu um basta na corrupção partidária. "É preciso dar um basta nesse tipo de conduta, é preciso dar um basta no caixa dois que acaba gerando um abuso do poder econômico e acaba gerando abuso do poder econômico e acaba sequestrando daqueles candidatos que querem participar de um pleito justo, limpo, equilibrado e de igual possibilidade de eles contribuírem no processo eleitoral"

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