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    Lava Jato

    JBS comprou apoio de partidos para Aécio por R$ 50 milhões, diz delator

    BELA MEGALE
    DE BRASÍLIA

    20/05/2017 15h06 - Atualizado às 17h36

    Ueslei Marcelino - 12.mai.2016/Reuters
    JBS comprou apoio de partidos para Aécio por R$ 50 mi, diz delator
    JBS comprou apoio de partidos para Aécio por R$ 50 mi, diz delator

    A JBS pagou mais de R$ 50 milhões a partidos políticos que integraram a base aliada da campanha de Aécio Neves, candidato do PSDB à Presidência da República em 2014.

    Segundo delação do lobista e delator Ricardo Saud, a JBS comprou o apoio de 12 partidos, sendo que R$ 9,4 milhões foram pagos por meio de caixa dois. Ele conta que, desse valor, R$ 4 milhões foram liquidados com notas fiscais emitidas a empresas indicadas por Paulinho da Força, presidente do Solidariedade.

    Ao total, a sigla recebeu R$ 15,2 milhões do frigorífico, sendo que R$ 11 milhões foram declarados.

    O partido que mais recebeu recursos foi o PTB, sendo R$ 17,9 milhões por vias oficiais e pouco mais de R$ 2 milhões em espécie.

    A terceira sigla que mais recebeu dinheiro foi o PMN, campeão em caixa dois. Saud informou que deu R$ 6,6 milhões à sigla, sendo R$ 1,3 milhão oficialmente e R$ 5,3 milhões em espécie. O responsável por pegar o dinheiro vivo foi o primo de Aécio, Frederico Medeiros, preso desde quinta-feira (18) e um dos delatados pela JBS.

    O DEM recebeu R$ 2 milhões em declarações oficiais. Saud contou ainda que a empresa pagou mais R$ 2 milhões ao presidente da sigla Agripino Maia, um dos coordenadores da campanha de Aécio. O delator não diz, porém, se o dinheiro foi pago por caixa dois ou declarado à justiça eleitoral.

    As demais doações feitas pela JBS para comprar apoio para a campanha de Aécio foram declaradas, sendo R$ 1,5 milhão ao PMDB, R$ 1 milhão ao PT do B, R$ 650 mil ao PTN, R$ 650 mil ao PTC, R$ 500 mil para o PEN, R$ 150 mil ao PSL, R$ 100 mil ao PSC e R$ 50 mil.

    Na delação da Odebrecht tornada pública em abril, o ex-executivo Alexandrino Alencar relatou a compra em dinheiro vivo de partidos para compra da base aliada da chapa de Dilma Rousseff em 2014. A empreiteira pagou, segundo ele, R$ 7 milhões a cada um dessas siglas: PROS, PC do B e PRB, totalizando R$ 21 milhões desembolsados.

    OUTRO LADO

    Em nota, a assessoria do PSDB disse que Aécio "solicitou apoio para diversos parlamentares e candidatos do PSDB e de partidos aliados, sempre de acordo com a lei".

    Segundo o comunicado do partido, os recursos recebidos pela campanha presidencial de Aécio foram "doações oficiais e não envolveram qualquer tipo de contrapartida ou uso de dinheiro público".

    O PSDB informou que a JBS doou R$ 50,2 milhões ao comitê financeiro nacional e à Direção Nacional do partido. "Desse total, R$ 30,44 milhões foram repassados à campanha presidencial e encontram-se devidamente registrados na prestação de contas do partido junto ao TSE", afirma o comunicado.

    "Outros R$ 6,3 milhões foram doações da JBS feitas a diretórios regionais e candidatos estaduais do PSDB e R$ 4 milhões doados ao partido no período pré-eleitoral, totalizando R$ 60,5 milhões em doações devidamente declaradas à Justiça Eleitoral", indica a nota.

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