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    Lava Jato

    Temer ingressa com pedido para suspender inquérito no STF

    GUSTAVO URIBE
    DE BRASÍLIA

    20/05/2017 17h21 - Atualizado às 17h43

    Evaristo Sá - 18.nov.2017/AFP
    Brazil's President Michel Temer speaks during a press conference following allegations that he gave his blessing to payment of hush money to a politician convicted of corruption, on May 18, 2017 in Brasilia. Temer faced growing pressure to resign Thursday after the Supreme Court gave its green light to the investigation over allegations that he authorized paying hush money to already jailed Eduardo Cunha, the disgraced former speaker of the lower house of Congress. / AFP PHOTO / EVARISTO SA ORG XMIT: ESA105
    O presidente Michel Temer durante pronunciamento na quinta-feira (18), quando negou que renunciará

    A defesa do presidente Michel Temer ingressou na tarde deste sábado (20) no STF (Supremo Tribunal Federal) com pedido de suspensão de inquérito aberto contra o peemedebista por corrupção, obstrução de justiça e formação de organização criminosa.

    A petição foi apresentada pelo escritório do advogado criminalista Antonio Claudio Mariz de Oliveira, amigo do presidente. Nela, é questionada a validade de gravação feita pelo empresário Joesley Batista em conversa com o peemedebista e é solicitada a nomeação de um perito para analisar o conteúdo apresentado.

    "A defesa objetiva que haja uma investigação que revele a verdade dos fatos, em relação aos quais não se pode ter uma avaliação contaminada por paixões políticas ou ideológicas ou, ainda, por partidarismos de quaisquer espécies, pois está em foco a dignidade e a honra do chefe da nação, de cuja idoneidade e autoridade moral depende a estabilidade social e a estabilidade das instituições", disse.

    Na petição, é anexada reportagem da Folha em que Ricardo Caires dos Santos, perito judicial pelo Tribunal de Justiça do Estado de São Paulo, aponta em laudo que a conversa entre Temer e Joesley sofreu mais de 50 edições.

    O advogado do presidente avalia ainda como "precipitada e temerária" a acusação de que o peemedebista teria cometido crime de corrupção passiva.

    "Salta aos olhos não existir indícios mínimos, o mais frágil e inconsistente que seja, na narrativa ministerial, baseada na gravação da conversa, da prática do citado crime. Houve mera interpretação por parte do órgão acusador, sem nenhum apoio fático", criticou.

    Para a defesa do presidente, o áudio apresenta falhas e foi adulterado, o que compromete as acusações feitas contra o peemedebista. O argumento é que a investigação não pode prosseguir enquanto não for analisada a validade da gravação.

    Em pronunciamento, neste sábado (20), o presidente afirmou que a gravação foi "fraudulenta e manipulada" e atacou o delator Joesley Batista, da JBS.

    "Ele cometeu o crime perfeito. Enganou os brasileiros e agora mora nos Estados Unidos. Quero observar a todos vocês as incoerências entre o áudio e o teor do depoimento. Isso compromete a lisura de todo o processo por ele desencadeado", criticou.

    Temer chamou de "pífia" a acusação de corrupção pela qual é investigado no STF e disse que continuará à frente do governo.

    Ele iniciou a sua fala citando reportagem da Folha em que Ricardo Caires dos Santos, perito judicial pelo Tribunal de Justiça do Estado de São Paulo, aponta em laudo a conversa entre Temer e Joesley sofreu mais de 50 edições.

    "E registro que eu li hoje notícia do jornal Folha de S.Paulo de que a perícia constatou que houve edição do áudio de minha conversa com o senhor Joesley Batista. Essa gravação clandestina foi manipulada e adulterada com objetivos nitidamente subterrâneos", disse.

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